É algo bastante expressivo quando 19 de 20 clubes da Série A assinam um documento com o mesmo propósito. Ainda mais com um histórico de que cada um sempre defendeu somente os próprios interesses e nunca houve um projeto realmente sólido e coletivo para desenvolvimento do campeonato e do futebol brasileiro a partir dos clubes.
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Existe um vácuo de poder na CBF e uma sequência de escândalos que envolvem quatro presidentes seguidos – Ricardo Teixeira, José Maria Marin, Marco Polo Del Nero e o recente caso de Rogério Caboclo e o afastamento temporário com acusações de assédio moral e sexual. Este vácuo se apresentou como oportunidade aos clubes, pelo que se percebe.
Some-se a isso questões importantes que envolvem calendário e imposições da CBF, como seguir o Campeonato Brasileiro enquanto há Copa América, com o esvaziamento do próprio campeonato a partir de convocações que tiram as principais estrelas da competição e desagradam os clubes, que são a parte que realmente investe.
Acontece que se for só isso, vamos ter uma repetição do antigo Clube dos 13 e a Copa União de 1987. Vai acabar em briga que cada um puxa pro seu lado e não vai haver evolução.
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A revolução que o Campeonato Brasileiro e o futebol brasileiro precisa tem que envolver o desenvolvimento do produto e do negócio. Há muito o que fazer em termos de marca, marketing e negócio. Mas é preciso que especialistas sejam consultados/contratados, que exemplos de Ligas bem-sucedidas sejam analisados, como a Premier League e a La Liga, e até copiados. Não dá pra dividir poder entre os clubes – cada um vai querer puxar pro seu lado novamente e é o primeiro passo pra dar errado.
A Liga é necessária e o passo dado agora parece positivo. É preciso ver que caminho os clubes vão seguir.
Clubes da Série B ainda não foram consultados
Questionei brevemente, por mensagem, o presidente do Avaí, Francisco Battistotti, que também é presidente da nova Associação Nacional de Clubes de Futebol, que inclui equipes da Série B e da da C, e ele me revelou que ainda não houve nenhuma consulta.
“Não fomos consultados, vamos aguardar o que vem para analisarmos. Somente pregamos a união dos clubes, independentemente de série e com transparência. Porém, cada produto tem seu valor. Vamos aguardar.”
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