Internamente, o Avaí precisa agir forte nessa parada. É necessária uma avaliação contundente do que não está dando certo. A diretoria deixou de fazer o que era necessário para começar de forma mais competitiva. A necessidade de reforçar o grupo de jogadores já era nítida desde o Estadual. Foram poucos contratados num nível de chegar para reforçar realmente o time. Neste nível, chegaram o goleiro Vladimir e o atacante Brenner.
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Foram muitas contratações num nível de aposta, como Paulinho, do Marcílio Dias, e Matheus Matias, atacante indicado por Geninho e que veio emprestado do Corinthians. O discurso interno teve algumas divergências nos últimos tempo, como na entrevista do presidente Francisco Battistotti em Porto Alegre, em que coloca um peso de responsabilidade no departamento de futebol afirmando que o dinheiro estava à disposição e que não iria admitir contratações erradas. Foi rebatido por Geninho após o jogo com um simples “bom saber”. O momento é de alinhar os discursos e, principalmente, a prática. O Avaí precisa rever o grupo de jogadores.
Geninho e Douglas
Há dois pontos que precisam ser atacados. O técnico Geninho, pela vivência que tem no futebol, leva as coisas de uma forma muito tranquila. Cheguei a comentar que, às vezes, entra num modo “tanto faz como tanto fez”. Isso pode ser extremamente negativo para a competitividade que o grupo precisa ter. A reação exige bem mais energia. Exige que não haja aceitação da condição atual.
A diretoria precisa saber, em conversa com ele, se está a fim mesmo de entregar essa energia para a reação necessária. Dependendo da resposta, outra ação pode ser definida, como a troca do comandante. Uma coisa dá pra dizer – do meio pra frente o time é frágil não só pelos jogadores que tem, mas também porque falta acerto e encaixe de treinamentos.
E quanto a Douglas, não há mais como aceitar que o atleta não esteja numa condição física melhor para ajudar o Avaí. Na condição atual não dá, e isso fica claro em cada entrada dele em campo. Apesar da qualidade, Douglas está numa rotação muito abaixo para o nível da competição em que o Avaí está.
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Números que chamam atenção
No fechamento das nove rodadas antes da Copa América, os números do Avaí são muito ruins. São estatísticas do site Footstats, especialista em futebol e números. Além da lanterna, com apenas quatro pontos, o time tem o segundo pior ataque com apenas quatro gols marcados. Só o CSA fez menos gols, com três. A defesa não é a mais vazada, mas já tomou 11 – mais de um gol por partida. O time decepcionou em jogos fundamentais, contra CSA e Ceará na Ressacada.
Em termos de posse de bola, o Avaí é também um dos piores, como 18º. É uma questão de forma de atuar. Não vai se imaginar um time que seja dominante na posse, mas poderia ser um pouco melhor para que tivesse mais chances criadas nas partidas. Aliás, nas finalizações, o Avaí também está mais pra parte debaixo da tabela, é o 14º. As finalizações refletem um pouco a baixa posse de bola. Esses números precisam ser avaliados. Em muitos aspectos a equipe precisa melhorar. Vai ter que trabalhar bastante nesta parada.