Em um momento em que as notícias jogam o torcedor alvinegro pra baixo – como a questão da van que foi alienada em função de uma dívida trabalhista –, Hemerson Maria chegou jogando pra cima, valorizando o clube como ele deve ser. Falava com brilho nos olhos sobre seu retorno. Ficou clara a identificação, que vai muito além da parte profissional e de formação, ressaltada por ele também.
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Maria se revelou um grande torcedor, conhecedor da história e das tradições alvinegras. Era o carinho que o torcedor precisava receber neste momento. Alguém que goste do Figueirense como ele, torcedor, gosta e que este mesmo fanático tenha certeza que vai cuidar com muito carinho e defender o clube com o trabalho e com o coração.
Hemerson Maria parecia um menino na apresentação. Lembrou quando chegou ao clube com ainda nove anos, depois toda a sua formação profissional, passando pela fase jogador e chegando ao momento treinador. O técnico falou muito em gratidão e prometeu um ‘’time competitivo, brigador e organizado taticamente’’. A impressão deixada foi excelente. Agora é esperar que o Figueirense tenha a capacidade de dar a estrutura que Hemerson Maria precisa para desenvolver seu trabalho.
DNA de formação
Dentro daquilo que fez questão de enfatizar, Hemerson Maria destacou o “DNA de formação”’ que o Figueirense sempre teve. É um pouco ele se vendo no espelho, porque ele foi formado como profissional e cidadão dentro do Orlando Scarpelli. Quando foi perguntado sobre o acerto, Maria disse duas frases muito expressivas: “o clube onde eu comecei está passando por dificuldade e precisa do meu auxílio, e a minha família precisa do meu auxílio também”.
É o que mostra a forma de pensar do técnico e explica o motivo do acerto rápido e fácil, mesmo com propostas melhores de outros clubes. Ele vai aproveitar a base, mas sabe que tem que fazer um time sólido – falou em jogadores “com fome”, e é exatamente isso. O Figueirense não deve recorrer aos famosos medalhões, mas a atletas que querem crescer.
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Virar a página
A expressão foi falada diversas vezes pelo diretor de futebol Felipe Faro, na coletiva. Ele se referia a deixar 2018 para trás e começar 2019 tentando acertar principalmente o lado financeiro. É o que é necessário, mas não é tão simples se não for bem administrado agora. É preciso, minimamente, equacionar problemas, negociando dívidas, saídas e pagamentos para fazer durante o próximo ano.
Se deixar solto, o clube até deixa pra trás agora, mas depois a conta volta. E volta na pior fase do ano, que é o segundo semestre.