Ainda não há prazos. Também não há nenhuma projeção correta, ou que seja clara, para a volta do futebol em Santa Catarina e no Brasil.

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As dúvidas e indefinições, que o coronavírus trouxe para todos os setores, estão presentes, obviamente, também no futebol.

Há muitas tentativas, muitos argumentos, alguns passos curtos ainda e muita insegurança.

E assim como há diferentes realidades no combate à disseminação da Covid-19 entre cidades, microrregiões, estados e até regiões pelo país, há também diferentes realidades entre os clubes, o futebol em cada estado, e possibilidades sanitárias e econômicas.

Avaí, Figueirense e Chapecoense têm mostrado uma linha de condução do problema. Os três times, cada qual dentro daquilo que está sendo permitido a eles pelas prefeituras de Florianópolis, Palhoça e Chapecó, têm tomado as ações mais convenientes para suas realidades e pretensões e estão voltando aos poucos garantindo testes e segurança.

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Já Marcílio Dias e Criciúma foram contundentes em reafirmar nesta semana que não vão voltar às atividades presenciais antes que haja uma definição sobre retomada do próprio calendário.

E é possível entender e aceitar os diferentes argumentos. Estamos todos vivendo num mundo novo, em que todos têm suas razões e não existe quase nenhuma certeza absoluta sobre o futuro.

No Rio, o Flamengo banca, junto com seus atletas, uma volta aos treinos mesmo sem autorização da prefeitura. A partir desta próxima segunda-feira o trabalho já estará permitido pelo prefeito. Já o Botafogo condena o Flamengo e reafirma que não vai voltar. São dois pontos de vista diferentes, cada qual com seus argumentos, e é possível ouvir estes argumentos, sem precisar condenar. Só avalio que, no caso do Flamengo, a contrapartida para a sociedade poderia ser maior – chegou a se falar em testar a comunidade em torno do CT, o que não seria uma má ideia.

Aliás, o futebol (jogadores, outros profissionais, clubes, Federações e CBF) poderia mesmo ajudar mais. Não na linha de ser entretenimento para quem está em casa de quarentena. Isso é muito vazio como argumento de retorno. Poderia ajudar efetivamente, com programas sociais, com distribuição de máscaras, álcool em gel, e até aplicação de testes mesmo. Ajudando a cuidar da comunidade.

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Estamos todos buscando caminhos, tentando encontrar ainda o ajuste do tal “novo normal” pra tudo. Como já escrevi outras vezes, os treinamentos do futebol não precisam ser condenados. Há outras atividades permitidas, com regras. O que ainda não está no horizonte é a volta do futebol. Para campeonatos, ainda precisamos esperar bastante. Infelizmente. A saúde tem que ser prioridade. E a segurança para o coletivo tem que estar acima da segurança para o individual.