Está em curso neste momento um dos maiores movimentos de “roubo” do futebol mundial. Não, meus amigos, não estou falando da “Operação Penalidade Máxima” da Polícia Federal, que está apurando irregularidades e punindo jogadores e outros agentes que usam o futebol para ganhar dinheiro com apostas esportivas manipulando situações jogo. A referência aqui é o desvio de rota de astros do futebol, que estão deixando grandes centros para jogar na Arábia Saudita.
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O movimento começou por iniciativa do Governo Saudita, que comprou os quatro principais times do campeonato nacional e passou a fazer investimentos pesados de milhões de dólares para contratar grandes jogadores do futebol atual. O primeiro deles foi Cristiano Ronaldo, na temporada passada. O mais recente foi Neymar, nesta semana que passou.
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Entendo que é uma resposta da Arábia Saudita ao Catar, por tudo que teve que assistir com a realização da Copa do Mundo de 2022 no país vizinho. Vi isso de perto cobrindo a Copa em Doha e nas cidades que receberam o Mundial que consagrou Messi. A Arábia Saudita, um país bem maior que o Catar e também mais rico, precisava responder.
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Veja alguns dos astros do futebol mundial que se transferiram para os quatro grandes da Arábia Saudita:
É principalmente um grande projeto de marketing que utiliza o futebol como ferramenta, e que movimentou mais de R$ 1 bilhão nesta janela de transferências nacionais. O governo saudita quer mudar mundialmente a sua imagem e, na esteira disso, realizar também uma Copa do Mundo.
Por isso levam as estrelas e não jogadores em desenvolvimento. A ideia é chamar atenção, causar impacto, tornar o futebol da Liga Nacional um grande produto. O Catar também fez essa “lavagem” da imagem, utilizando principalmente o PSG e suas estrelas. Os Emirados Árabes Unidos fazem também com o Manchester City.
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Para os jogadores, muitos deles já em final de carreira como o astro português, é um dinheiro que compensa o movimento derradeiro, de sair da Liga inglesa ou da Liga espanhola para ser simplesmente o “astro” de uma liga menor. CR7 já não tem a mesma competitividade há alguns anos. Virou mesmo peça de marketing. Para Neymar, é um absurdo. O craque brasileiro com 31 anos ainda teria bastante tempo para ser competitivo e brigar nas grandes Ligas antes de se “aposentar” num futebol bem mais fraco e sem a mesma competitividade.
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E a Fifa?
Para a Fifa? Ah, tá de brincadeira! Para a Fifa tudo é apenas um grande negócio. A Fifa tem o governo da Arábia Saudita como um dos seus grandes patrocinadores. Foi o maior patrocinador do Mundial de Clubes no início do ano, que teve o Al Hilal disputando a finalíssima contra o Real Madrid.
É só aguardar. Talvez não seja em 2030 ainda, já que a Arábia retirou sua candidatura. Mas certamente será em breve, com possibilidades reais para 2034. O certo é que os sauditas resolveram brincar de futebol de elite e enquanto estiverem dispostos a isso vão despejar dinheiro no projeto.
Torcida completamente apaixonada por futebol
Algo que precisa ser registrado aqui é que os sauditas são completamente fanáticos por futebol. Foi uma das torcidas mais espetaculares da Copa do Catar, em dezembro. Fui testemunha da invasão e da festa que fizeram nas ruas e nos estádios.
O jogo entre Arábia Saudita X Argentina, que foi vencido por 2 x 1 pelos sauditas no Lusail, justamente a estreia dos argentinos na Copa, foi um dos maiores espetáculos em termos de atmosfera. E foi a única partida em que a Argentina foi derrotada no campo e na Arquibancada. Por causa da torcida saudita, o dia da primeira zebra da Copa 2022 foi um dos mais especiais da nossa cobertura no Catar. Eles deixavam o estádio perguntando em inglês “Where is Messi?”. Acho que encontraram depois…
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