Num levantamento feito com clubes e prefeituras neste sábado, o que já era esperado se confirmou: a prefeitura de Florianópolis é a única que mantém a rigidez nas decisões e que barra – pelo menos até o momento – a volta do Campeonato Catarinense na Ressacada e no Orlando Scarpelli na data estipulada (8 de julho) pela Federação Catarinense de Futebol e pela Associação de clubes.

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Nesta sexta, o prefeito da capital, Gean Loureiro, declarou à equipe da CBN Diário, que a volta dos jogos de futebol em Florianópolis no prazo da Federação é “totalmente improvável”. Ainda disse que “não trabalho com achismo ou futurologia” quando a questão foi estabelecer algum prazo para liberação do futebol.

É algo que já estava esperado pela FCF e pelos clubes. Quando divulguei aqui mesmo que a data para retorno havia sido marcada pela Federação para o dia 8 de julho, também já tinha a informação que nos bastidores o entendimento era que o “problema” poderia ser a prefeitura de Florianópolis.

Prefeituras x futebol

Entre os oito times que estão classificados para a sequência do Campeonato Catarinense, as quartas de final, somente Avaí e Figueirense ainda não têm algum indicativo sobre jogar em seus estádios.

Chapecó – A prefeitura vai com o governo. Desde a primeira liberação para treinamentos, a prefeitura local tem adotado o que o Governo do Estado determina. A Chapecoense vai poder fazer nas próximas semanas os chamados “treinos reais”, com contato e em grupos, e vai poder voltar a jogar na Arena Condá – sem público – a partir de 8 de julho.

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Itajaí – O Marcílio Dias já está chamando os jogadores de volta e fazendo testes em funcionários e atletas. De acordo com o presidente Lucas Brunet nesta próxima semana os treinos retornam normalmente com grupo completo. Brunet revela que a prefeitura ainda não se posicionou oficialmente, mas já sinalizou que segue o governo nas liberações feitas.

Joinville – Em Joinville o JEC já tem uma posição clara da prefeitura. “O prefeito já autorizou treinos completos a partir de segunda-feira e os jogos sem público a partir de 8 julho. Tudo em ordem por aqui.” – foi a resposta que obtive do Diretor Executivo do JEC, Luiz Carlos Guedes.

Criciúma – Em Criciúma, há uma situação controversa. O Criciúma está voltando aos poucos, mas manifestou através de nota, durante esta última semana, que vai ainda fazer uma consulta ao Governo Estado. A posição do clube dá a entender que não está aceitando às determinações da FCF. O que é, no mínimo, curioso. Quanto à prefeitura de Criciúma, a assessoria respondeu que desde o mês de abril já tem decreto publicado em que se posiciona seguindo as determinações do Governo. A prefeitura vai seguir mais uma vez e os jogos vão poder ocorrer na cidade depois de 5 de julho, data limite no decreto estadual.

Jaraguá do Sul – A prefeitura tem sido parceira do Juventus nas liberações graduais. O Juventus já entra na quarta semana de treinamentos e entende que não vai ter problemas com impedimentos por parte da prefeitura local

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Brusque – O presidente do Brusque, Danilo Rezini me enviou a seguinte resposta: “vou conversar com o Prefeito na segunda. Estou levando documento elaborado pela Associação dos Clubes, com todos os protocolos exigidos pelas autoridades se saúde. Não tenho dúvidas que será positivo. Portanto, pelo Clube e prefeitura será liberado. Se tem um seguimento que está preparado e cumprindo todos os protocolos de saúde é o Futebol. Essa pandemia vai demorar a passar, precisamos nos adaptar a ela com responsabilidade.”

Avaí e Figueirense estão unidos nas conversas com a prefeitura

Avaí segue os treinos no estádio Renato Silveira, em Palhoça
Avaí segue os treinos no estádio Renato Silveira, em Palhoça (Foto: André P. Ribeiro/ Avaí FC)

A disposição de Avaí e Figueirense é seguir conversando com a prefeitura. Os dois clubes trabalham conjuntamente. Mais um ofício foi enviado às autoridades locais. Enquanto isso, os dois times estão treinando em Palhoça. A cidade vizinha pode ser a alternativa para os jogos, mas por enquanto a tentativa ainda é liberar a Ressacada e o Orlando Scarpelli.

Opinião

Não há como criticar de forma contundente a posição da prefeitura da capital. É dever dos prefeitos cuidar e algumas medidas podem desagradar.

Mas é possível argumentar. Para muitas áreas a prefeitura da capital tem sido rigorosa. Outras nem tanto. Cito o exemplo de quando a discussão foi sobre os treinos. Havia liberação para academias, que têm ambientes fechados, mas treinos ao ar livre, não. O que veio logo depois. Era uma incoerência.

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Os clubes estão testando e estão sendo muito rigorosos no cuidado e em seguir as cartilhas, que são extremamente detalhistas – muito mais do que a cartilha do próprio governo. Os treinos já são feitos há pelo menos três semanas no estado. E não têm sido fatores de contaminação. Os seguidos testes comprovam.

O futebol, como todos testados e controle absoluto, sem público nos estádios, não deveria ser uma grande preocupação das prefeituras. Há muto mais risco onde não há controle.