Campeão é campeão e não cabe aqui desmerecer títulos. Já escrevi também que o futebol não é jogado de um só jeito. Há várias formas de armar uma equipe e ser competitivo. Mas, se o Flamengo confirmar o título no Brasileirão, vai ser o maior campeão dos últimos anos. Pelo futebol que joga e dá gosto de ver e os resultados obtidos. A temporada aponta para um time campeão jogando muita bola. O Fla apostou num investimento pesado e num time extremamente qualificado, que joga um futebol agressivo, num ritmo alucinante e com jogadores nível de seleção e decisivos.
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Os resultados apareceram e o Rubro-Negro tem uma espantosa sequência de 14 jogos com 13 vitórias e um empate. Disputou 42 pontos e somou 40. É algo impressionante. O único empate foi com o São Paulo, na rodada 22, já no returno. Apenas quatro vitórias das 13 foram com diferença mínima de um gol. O desempenho tem que ter um reflexo positivo no futebol brasileiro, com o aumento da exigência nas outras grandes equipes, que também têm condições de investimento. O Palmeiras foi campeão em 2016 e 2018 e não tinha esse jogo agressivo e envolvente, apesar da qualidade do grupo de jogadores.
O Corinthians de 2017 fez um turno espetacular, mas era um time de pouca posse de bola e muito baseado no sistema de defesa. A influência do Flamengo já começa a repercutir com cobranças e precisa sacudir o futebol brasileiro. Os técnicos também foram obrigados a saírem da zona de conforto. Se as outras grandes equipes não tomarem este caminho, correm o risco de ficarem assistindo ao bonde rubro-negro passar em mais temporadas.
E os catarinenses neste cenário
É evidente que esta análise não vale para as equipes catarinenses na Série A. Não há como cobrar este nível de futebol, com a capacidade – ou a falta – de investimentos. O caminho é outro. Para um time catarinense, a Série A é um cenário é ser muito competitivo. É preciso apostar em desenvolvimento de jogadores de base, busca de atletas baratos e que ainda queiram vencer na carreira. Mas é possível exigir competitividade e organização. Se o cenário for a Série B, os catarinenses já têm que outro nível de exigência e cobrança. É diferente. Tem que jogar mais bola, ser protagonista. Não é aceitável para os catarinenses que, numa Série B, a disputa seja para não cair, como acontece com Figueirense e Criciúma.
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