Mesmo com a disputa aberta da Copa Santa Catarina, a realidade é que o ano do Figueirense acabou. Os resultados foram muito ruins. E não há Copa Santa Catarina que reverta o cenário. Mais claramente, mesmo vencendo a Copa Santa Catarina o ano não estará salvo – já foi muito ruim.
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Importante trabalhar forte para temporada 2022. Projeto sólido e realista, sem vender ideias megalomaníacas e irreais para o torcedor. Mesmo que muitos deles estejam acostumados e gostem de ilusão, porque foram “educados” assim durante uma década inteira, não é momento disso. Expressões como “grupo de investidores”, “projeto Libertadores”, “aportes financeiros”, e “projeto imobiliário” que fiquem na gaveta agora.
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A hora e de ser simples e objetivo e, com os pés no chão, fazer futebol de verdade, tratando com o torcedor com absoluta transparência e clareza. O Figueirense precisa se organizar para entrar forte e sem remendos no Estadual e na Série C 2022.
Parceiros diferentes, times bem diferentes

A temporada começou com um novo time formado para o Catarinense. Muitos jogadores desconhecidos, jovens apostas, sem quase nenhuma bagagem em maioria, e alguns mais rodados como Marllon desembarcaram no Orlando Scarpelli para jogar o Estadual. Foi um desastre. Tirando poucos destaques individuais, como o bom goleiro Emerson Júnior, que veio do Inter, e o volante Khevin, que mostrou qualidades, quase ninguém se salvou.
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> José Carlos Lages, da BIS, deixou impressão de conformismo com campanha ruim na Série C
O time foi eliminado numa primeira fase em que oito equipes se classificavam de 12 ao todo. Inadmissível! Foi salvo pelo erro do Hercílio Luz, mas não passou disso. O time montado pela BIS, parceira única do futebol do Figueirense à época, era fraco. Era uma equipe que na Série C teria fortíssimos riscos de rebaixamento.
Com a Série C veio a LA Sports

Inegavelmente o time da Série C era mais forte. Com a chegada da LA, jogadores como João Paulo, Guilherme Teixeira, Diego Tavares, André Krobel, Roberto, e o jovem Rodrigo Bassani, encorparam o Figueirense para a competição nacional. Poderia ter classificado e certamente teria condições de brigar por uma vaga na Série B.
Dois pecados foram decisivos para que o Figueirense não chegasse pelo menos a última rodada brigando por uma vaga. O primeiro deles a demora na chegada de alguns atletas. João Paulo poderia ter vindo duas semanas antes, mas debates internos seguraram a chegada do jogador. Talvez tenha custado esse resultado a mais que faltou na conta final.
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O outro pecado esteve sempre relacionado às teimosias do técnico Jorginho. Errou muito na estruturação da equipe durante o turno. Com um meio de campo esvaziado, o Figueirense em algumas partidas foi uma bagunça em campo. Uma delas custou muito caro já que foi o confronto direto com o Criciúma. Péssima atuação no Heriberto Hulse e resultado que faz a diferença agora entre a pontuação do Tigre e do Figueirense. Jorginho errou bastante e normalmente se justificava dizendo que “a bola não entrou”.
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Futuro tem indefinições
O cenário não é positivo. Há muitas indefinições para 2022. Em off, uma fonte alvinegra me disse que os empresários estão se afastando. Aqueles empresários locais que ajudaram a pagar as contas básicas nos últimos tempos.
Não há sequer a certeza, por exemplo, da permanência da LA Sports, que foi o pouco de positivo que o Figueirense teve este ano. Aliás, é preciso deixar claro que se os reforços da LA não chegassem, o Figueirense poderia estar chorando um novo rebaixamento, desta vez à Série D.
Jorginho já teve todas as chances

Não há argumento que justifique a permanência do técnico Jorginho. Perto de completar um ano de Figueirense, Jorginho não teve resultado e nem mesmo a equipe conseguiu mostrar consistência de organização e perfil de jogo. Era sempre uma surpresa a cada jogo.
Queda na Série B 2020 com quase um turno inteiro de jogos pra tentar salvar o time, eliminação na primeira fase do Catarinense 2021, com resgate somente no campo jurídico, eliminação na primeira rodada da Copa do Brasil, que valia muito em termos financeiros, e a eliminação precoce na primeira fase da Série C, que era o grande objetivo do ano.
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Pra um treinador que vendia a ideia de ser campeão da Série C, o trabalho ficou bem distante. não foi bom em nenhum momento, seja com o time mais fraco da BIS ou com o time mais encorpado da LA. O ciclo encerrou. Insistir será mais um erro.