A demissão de rompante, no vestiário, do técnico Cristóvão Borges, após a derrota do Figueirense, em casa, para o Hercílio Luz, nas quartas de final do Catarinense 2023, revela uma direção perdida na condução do seu futebol.

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Figueirense demite o técnico Cristóvão Borges após derrota para o Hercílio Luz pelo Catarinense

Ainda mais quando a justificativa é “para melhorar o ânimo”, que foi a frase do coordenador geral de futebol, Abel Ribeiro, na entrevista que concedeu para explicar a decisão repentina.

Foram apenas 12 jogos, de um Figueirense com muitas dificuldades até aqui na temporada. Um time que teve apenas alguns bons momentos nestas partidas e que se classificou só porque o Concórdia salvou, fazendo um gol sobre o Joinville, quase no minuto final da última rodada da primeira fase.

Figueirense perde em casa para o Hercílio Luz e se complica nas quartas de final do Catarinense

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Então havia motivos para demitir Cristóvão? Talvez houvesse, mas ao término da primeira fase. No meio de uma eliminatória e logo após o jogo, a derrota para o Hercílio, mostra desespero, falta de convicção e até um “jogar pra galera”.

Mas a avaliação precisa levar em conta outros fatores, como a falta de qualidade do time montado para esta temporada. Um time muito frágil na defesa e sem alternativas de grupo. Uma equipe que até tem alguns bons valores no ataque, mas que é desequilibrado na sua formação de conjunto.

Figueirense na UTI e pedindo socorro

Está evidente que os problemas do Figueirense são muito maiores do que a troca de treinador. E já vem de algum tempo. Há problemas graves na origem, que é o composição do departamento de futebol, entregue a um parceiro do clube, que é dono de uma agência de atletas – José Carlos Lages, da BIS – e que tem também o filho dele, Lucas Lages, que não tem currículo para estar dentro de um departamento de futebol do peso de um Figueirense.

José Carlos Lages é parceiro do Figueirense com a BIS e ao mesmo tempo CEO da SAF que comanda o futebol do clube (Foto: Patrick Floriani/ FFC)

Já disse e escrevi outras vezes: José Carlos Lages tem seu valor e ajudou a segurar o Figueirense no momento mais difícil, mas seu lugar é de parceiro e não no departamento de futebol. Muito menos seu filho. Não há nada errado em ter parceiros, mas entregar o futebol a este parceiro não é correto e tem tudo para não dar certo, como não vem dando. As coisas estão erradas na origem.

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O Figueirense precisa fazer futebol com quem tem conhecimento para fazer futebol e montar time. Quem não tem dinheiro para gastar, tem que ter excelência – ou procurar ter excelência – para fazer futebol. E aí é pra quem conhece mercado, jogadores e características, e montagem de time.