Apesar de ressaltar várias vezes que não dá a batalha por perdida, José Carlos Lages, da BIS, uma das parceiras do futebol do Figueirense, deixou, em entrevista nesta quinta no Debate Diário da CBN Diário, uma impressão de aceitação com a campanha que o time vem fazendo na Série C.

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Mesmo que diga que “óbvio que não estamos satisfeitos”, em alguns momentos passou por justificativas parecidas com as dadas pelo técnico Jorginho nas coletivas pós-jogos e resultados ruins. Avaliou que o Figueirense vem jogando bem a maioria das partidas, mas, com outras palavras, transitou pelo famoso “a bola não está entrando”, que outrora já foi dito pelo treinador alvinegro.

Outro momento em que passa a impressão de conformismo foi quando questionei o aproveitamento do técnico Jorginho não ter passo de 40% em três campeonatos diferentes – Série B 2020(39,2%), Catarinense 2021(33.3%-35,8%) e Série C 2021(39,4%). Lages lembrou que todos (imprensa e torcida) aprovavam a contratação de Jorginho no ano passado e pediram sua renovação ao final da Série B mesmo com rebaixamento, e ainda questionou “e quem garante que com outro treinador o Figueirense vai ter resultados melhores?”.

São verdades, mas passam a sensação de conformismo. Até porque em nenhum momento Lages falou em cobrança forte por resultados.

“Eu tenho o meu na reta”

Entrevista com JC Lages foi ao vivo no Debate Diário desta quinta
Entrevista com JC Lages foi ao vivo no Debate Diário desta quinta (Foto: reprodução)

A frase é, no mínimo, feia. Mas foi dita por José Carlos Lages já na parte final da entrevista. Queria lembrar o que já havia falado claramente antes na entrevista: que está investindo e, consequentemente, corre o risco de perder dinheiro. É outra realidade. A BIS e a LA Sports, pelo que já apurei nos bastidores, investem no futebol do Figueirense, dividindo despesas pra fazer o time jogar a Série C.

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Mas, no que entendo, seria outro motivo para que a cobrança fosse mais forte. O dinheiro investido sem retorno em campo seria motivo suficiente para que o Figueirense tivesse uma cobrança interna mais forte por resultados e pela busca da classificação. O campeonato não acabou ainda. São sete jogos pela frente e o time precisa de um aproveitamento de cinco ou seis vitórias, que percentualmente são 70-80%, longe do que Jorginho e a equipe atual vem entregando.

José Carlos Lages é parceiro histórico de Paulo Prisco Paraíso e já foi até presidente da Figueirense Participações nos anos 2000. Conhece bem o clube e sabe que a cobrança do torcedor pode ainda ser mais forte. Sabe também o quanto vai ser preciso investir num cenário com o clube mais um ano na Série C ou, pior, numa Série D. Também por isso, o conformismo da entrevista chama atenção.