O Figueirense faz neste sábado um dos jogos mais importantes de sua história recente. E não é um jogo para a Glória. Muito pelo contrário, é uma partida de sobrevivência, de resistência. O Figueirense joga para não se afundar numa quarta divisão nacional. É um absurdo! 

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Mas esse absurdo foi sendo construído, tijolo por tijolo, nos últimos 13 anos. Desde 2010, o Figueirense vem se complicando por ele mesmo. Com uma dose de arrogância, uma outra dose de incompetência, vaidades, e por tentar quase sempre o caminho da solução mágica, que nunca existe e nunca existiu. As soluções mágicas, na realidade, sempre acabaram custando caro ao Figueira. 

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Mas neste último momento, na gestão atual, o Figueirense tem sido incapaz esportivamente. Ano após ano, desde 2020, com times que não estão à altura da sua história. Que acarretaram o rebaixamento para a Série C em 2020, o fracasso nas edições seguintes de Série C, 2021 e 2022 (que foi a melhor delas), e a condição atual, desesperadora, de jogar uma partida para não cair para a Série D. É muita incompetência com o Figueirense.

Nomes históricos do clube ressaltam a importância da torcida

Durante a semana, entrevistei nomes históricos do Figueirense no Em Cima do Lance, da CBN Floripa. Márcio Goiano, capitão do tri de 2002, 2003, 2004, Pintado, técnico de 2008 e 2019, Clébão, zagueiro do tri de 2004, Argel Fuchs, campeão Catarinense com o Furacão em 2015 e Júlio César, atacante do time histórico de 2011. Todos foram numa mesma linha: a torcida vai salvar o Figueirense!

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Todos conhecem bem o clube e sabem a força da torcida do Figueira. Ela, que ajudou a expulsar os homens da “Elephant”, em 2019; que mostrou para o Brasil como ama o clube naquele histórico jogo contra o Bragantino também em 2019; que vem colocando 8 mil de média nesta Série C atual, mesmo com a campanha horrível da equipe; que colocou quase 20 mil no estádio Orlando Scarpelli na reta final da C do ano passado; que pagou PIX e ajudou a pagar salários… A torcida pode, deve e vai salvar o Figueirense. 

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As cobranças têm que vir depois. O Figueirense tem que mudar. Não dá mais pra fazer futebol como vem fazendo, fechado ao mercado, apostando em quem já comprovou que não tem capacidade, não conhece jogador, qualidades e mercado, em quem não sabe montar time. O Figueirense tem que buscar novas parcerias, tem que se abrir ao mercado, precisa fazer times de verdade e não de mentirinha, como tem feito.   

Números atuais no Conselho

Durante a semana alguns números foram apresentados na reunião do Conselho Deliberativo do Figueirense, na terça-feira. A dívida atual global do Figueirense – sem Recuperação Extrajudicial – está na casa de R$ 193 milhões. Esse número pode ser menor se a RE for reativada, porque neste caso há negociações de redução de valores com cada um dos credores. O Figueirense acumulou neste ano uma dívida, um déficit de 12 milhões. 

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