O que fica de mais esse episódio é que não há mais condições. O Figueirense tem uma parceria desde 2017 que não funciona. E não se trata de questionar o contrato, que até pode ser discutido mesmo. Se trata de questionar o exercício da parceria, que vem sendo desastrosa para o clube, com o caos completo estabelecido nos últimos meses e que perdeu qualquer credibilidade. O Figueirense nunca viveu uma crise tão grave. Há muitas responsabilidades, passando por gestões passadas, que foram terríveis para o clube, passando pelo Conselho, que muitas vezes passou o problema tentando achar soluções milagrosas, e chegando a atual administração da empresa, que parece não estar nem aí para o clube e sua história.

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O Figueirense, como instituição, precisa reagir forte. Outro dia, falei na CBN Diário que o Figueirense não vai ser “mais um São Caetano” porque tem torcida e tem história. E é isso que falo mais uma vez. O Figueirense, quase centenário, com seus alvinegros históricos, precisa acordar e reagir. O clube segue maltratado. Precisa ser resgatado. Pra muito mais do que um simples “termo de compromisso”.

O pedido do Figueirense real

Os conselhos, que são os poderes constituídos do Figueirense histórico, aquele que vai completar 100 anos em 2021, divulgaram nota na segunda-feira e a principal tentativa e o clamor embutido na publicação era para que o clube não passe pela humilhação de um WO. O texto explicava que a previsão de entrada de recursos é realmente o final do mês – de acordo com o “termo de compromisso”, assinado no final de julho e, ao mesmo tempo, manifestava a “confiança” de os atletas sigam honrando as cores do Figueirense. O termo “confiança” foi utilizado, mas, neste momento, é tudo que ninguém tem.

Todas as informações que chegam de Cuiabá são no sentido de uma posição firme dos atletas e que somente com pagamentos o Figueirense entra em campo. Repito o que já escrevi na edição de ontem: está faltando diálogo, de alguém que consiga chegar nos jogadores e tornar a situação negociável. E muito do que está acontecendo ocorre por falta de diálogo, de uma administração interna de uma situação que vem se arrastando desde maio. Ao mesmo tempo, mais uma vez, avalio que um WO seria um desastre. Seria a derrota do clube em campo no jogo, fora de campo como instituição. Seria ruim também para os atletas.

A marca de um WO desqualifica o clube, mas também prejudica a carreira destes atletas, mesmo que tenham – e têm – absoluta razão de reclamar atrasados. O pedido do Figueirense real deve ser o pedido de todos. Não pode haver WO.

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