O Figueirense já revelou ao público parte da operação que está realizando na tentativa de salvar o clube e dar fôlego e competitividade esportiva a ele na temporada 2024. O que está público é a operação das “debêntures” que foi publicada no site do oficial no mês passado.
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Durante o último final de semana conversei com um especialista em mercado financeiro, que opera fundos para captação de recursos e pedi a ele que analisasse a operação do Figueirense sob o olhar do mercado. Por questões éticas, vou manter o nome do profissional em segredo.
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Debêntures
A primeira questão que ele quis me deixar clara o que é e quais os vários tipos de debêntures:
“Trata-se de um título de dívida que é emitido por empresas oferecendo aos investidores um direito de crédito sobre a companhia. Ou seja, funciona como uma espécie de empréstimo feito para que as empresas possam captar recursos para diversas finalidades.”
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O especialista explicou também que são várias modalidades de debêntures, e que entre essas variações elas podem ser conversíveis em ações da empresa ou não. Na segunda hipótese tendo algo como garantia de recebimento por parte do chamado “investidor”.
A CLAVE é gestora do fundo
Outra questão importante foi tentar saber quem são os parceiros do Figueirense e qual o papel deles. O especialista disse que a empresa CLAVE opera fundos de captação de recursos, não sendo ela a investidora necessariamente, e sim o caminho para a busca ou atração dos investidores.
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“A empresa Clave Gestora de Recursos Ltda foi formada em maio de 2021 por uma equipe de profissionais com ampla experiência no mercado e especialistas em diferentes setores e classes de ativos no Brasil e no exterior.”
Empréstimo x investimento
O que ele fez questão de deixar claro é que, apesar de usarmos a expressão “investidores”, a operação publicada pelo Figueirense antecipadamente é uma operação de empréstimo e não de investimento.
“A SAF está indo a mercado buscar CRÉDITO (EMPRÉSTIMO), com Alienação Fiduciária do Estádio Orlando Scarpelli.”
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“Amigo Rodrigo, são muitas dúvidas em relação a captação desse EMPRÉSTIMO. Ele entra como sendo INVESTIMENTO, mas não é. É um EMPRÉSTIMO. Só muda o canal, em vez de ser um Banco, é um Fundo de Investimento.”
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“Os juros remuneratórios estão traçados em SELIC + 1% ao mês. Isso hoje, em juros simples, daria aproximadamente 24% ao ano. Há planejamento financeiro de fluxo de caixa para o lastro para o cumprimento das obrigações?”
Além dessas considerações, ponderou que pelo seu tamanho, marca, expressão, o Figueirense poderia tentar fazer um outro tipo de operação que fosse como um real fundo de investimento, em que os riscos fossem mais divididos entre as partes.
Riscos para a CLAVE e “Investidores”
Perguntei de forma direta qual era o risco para os compradores das debêntures do Figueirense, nesta operação dos R$ 70 milhões, com o estádio como garantia. A resposta foi “praticamente zero. Risco muito baixo”.
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Questão em aberto
O Figueirense tornou pública apenas parte do negócio. O que a reunião do Conselho Deliberativo deve trazer à tona é a operação paralela de compra e venda de 90% da SAF do Figueirense. Pelo que apurei até aqui e já publiquei, nesta segunda operação estaria o pacote de investimentos reais, com a aquisição do futebol do Figueirense e responsabilidade sobre as dívidas fiscais do clube, que hoje estão em R$ 45 milhões.
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