Na segurança pública sempre ouvi das autoridades que o primeiro caminho é a prevenção. Que um trabalho de antecipação de problemas evita muitas ocorrências mais graves. Foi tudo o que faltou, numa primeira avaliação, no que ocorreu em Joinville, no intervalo da partida entre Brusque e Avaí, uma semifinal de Campeonato Catarinense.
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Brusque vence o Avaí e sai na frente pela vaga na final do Campeonato Catarinense
Torcedores brigam dentro do campo no intervalo de Brusque e Avaí pelo Catarinense
E não era complicado ou muito difícil. Na realidade, era simples perceber que havia um risco no jogo. Não pelo encontro das torcidas de Brusque e Avaí, que não têm histórico de confusões entre si. O risco estava no local da partida, na rivalidade entre torcidas organizadas de Avaí e Joinville, com o elemento esportivo da eliminação recente do Jec no Catarinense pelo Avaí.
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Veja imagens da confusão na Arena Joinville
Uma ação de prevenção era necessária primeiro para evitar que a torcida organizada do Joinville estivesse na Arena e nos arredores do estádio, segundo para demarcar separações de torcidas e espaços dentro do próprio estádio.
O que se viu foi tudo muito frouxo. Inclusive no momento da confusão, as imagens mostram um grupo de policiais apenas observando tudo acontecer, sem que houvesse uma efetiva ação para impedir o confronto.
A nota da Polícia Militar relata “ação rápida”, mas não foi o que ocorreu. Houve um momento de terra sem lei e troca de socos, correria e selvageria, sem que houvesse a presença efetiva da polícia e da ação ostensiva para terminar com a batalha campal. Havia desespero no estádio e todos perguntavam: “cadê a polícia”. Eu fui testemunha. Estava na Arena na noite desta quarta.
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Há muito a se fazer em relação à segurança para as partidas de futebol em Santa Catarina. Muito mais do que determinar clássicos de torcida única, que, como já escrevi aqui, é um paliativo. Uma tragédia está sendo anunciada aos poucos, mas de forma crescente nos últimos tempos.
O trabalho sério e efetivo tem que envolver seriamente Federação Catarinense, clubes que organizam as partidas e precisam ter mais responsabilidades na distribuição de ingressos e na próprio organização dos jogos, e a segurança pública estadual, que já passou da hora de trabalhar com identificação dos bandidos infiltrados no futebol e nas torcidas organizadas e tratar quem quer bagunça e briga realmente como bandido.