A Euro 2020 tem embalado a tardes dos entusiastas do futebol. Grandes espetáculos, com bons gramados, bons jogadores, boas seleções, público nas arquibancadas, o que ajuda a fazer o show deste esporte, e, acima de tudo, bom futebol.
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No início desta última semana, duas partidas chamaram mais atenção de todos. As oitavas de final entre Espanha e Croácia, que acabou com vitória espanhola de 5 x 3, e a disputa até os pênaltis entre França e Suíça, num jogo de seis gols, com 3 x 3 no placar. Pra quem gosta, foi uma tarde magnífica de grudar os olhos na tela da TV – do início ao fim dos jogos.
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Algo tem me chamado atenção nesta edição da Euro: em geral não há retrancas, como em outros tempos até recentes. Nem mesmo a Itália, que normalmente joga na defesa, e muito menos a Suíça, que ficou conhecida pelo famoso ferrolho da década de 1950, mas que vinha se repetindo, como na estreia da Copa de 2010, na vitória de 1 x 0 sobre a Espanha, que depois seria campeã mundial. A Suíça 2021 correu riscos e pagou o preço – fez oito gols e tomou nove na Euro atual.
Os números gerais comprovam a tese do ataque. A média de gols da Euro está em 2,79. É maior que a média das últimas cinco edições de Copa do Mundo (2002-2,52/2006-2,3/2010-2,27/2014-2,67/2018-2,64). Somente dois jogos terminaram em 0 x 0 até aqui. Na fase de grupos Suécia x Espanha e Inglaterra x Escócia.
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Linha de TRÊS

Um dos aspectos que demonstram essa vontade de atacar é a utilização da linha de três defensiva. Sim, meus amigos, em geral, quando um técnico usa linha de três na defesa ele está liberando mais a equipe para o ataque. Das 16 seleções que chegaram às oitavas, pelo menos oito, metade delas, usavam de forma recorrente ou eventual uma formação com linha de três na defesa.
É numérico. Quem defende com três e não com quatro, libera mais gente pra chegar ao ataque. As seleções têm atacado com sete jogadores – os quatro do meio e mais três do setor de frente. É assim que joga a Bélgica, por exemplo.
A Itália, que vem encantando, joga com linha de quatro na defesa, mas libera os dois laterais de forma muito ofensiva. Bonucci e Chiellini têm ficado quase que sozinhos. O “primeiro volante” é na verdade um meia, ou um médio, o brasileiro Jorginho, aqui de Imbituba, que joga mais dando suporte à construção do que à proteção da defesa. Ele dá o equilíbrio ao time. Mas é uma Itália muito ofensiva e que está dando gosto de ver. É a Seleção italiana de Roberto Mancini que carrega o principal emblema desta Euro: ao ataque! Que bom recado.