Tratar com clareza e transparência sempre é algo positivo. O Figueirense publicou em seu site o cenário dos salários atrasados dos jogadores. É algo incomum. Porém, a direção nunca negou que houvesse atraso. Mas, apesar da clareza, é um quadro permanente e que incomoda. A insatisfação sempre vai existir. E desgasta o próprio dirigente, que acaba não encontrando mais justificativas. Quem acumula este desgaste no momento é o presidente Claudio Vernalha, que está na linha de frente do trabalho e das entrevistas e justificativas. A consequência imediata atinge o projeto, porque fere a credibilidade de quem está tocando o clube.
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Conselho, terceirizações e posicionamento
No Figueirense, este cenário ruim se potencializa porque o clube se acostumou através de terceirizações de seu futebol, feitas pelo Conselho Deliberativo, desde o início do ano 2000, a vender uma ideia de que sempre chegaria alguém ou um grupo de investidores que iria resolver todos os problemas financeiros e esportivos. Tirando os anos da gestão Prisco Paraíso, que foi histórica e elevou o clube a patamares realmente superiores, o restante teve problemas. São estes problemas que a atual gestão tem que resolver, mas que certamente não iria conseguir em um ano.
Assumiu um clube às portas de uma Série C e com uma dívida beirando os R$ 80 milhões. O Figueira não caiu de divisão e a esperança se renovou para 2018, mas a frustração é a marca atual com o acesso à Série A muito distante. É este o cenário com o qual os dirigentes precisam trabalhar. Contas atrasadas, projeção de Série B para 2019 e desgastes de discursos e de credibilidade. É hora do Conselho se manifestar. Ou dá suporte à gestão e ao contrato firmado, ou assume os problemas com as consequências.