O Criciúma entrou a temporada 2013 em alta. Vinha de um acesso à Série A com um time que prometia bastante. Estava em alta por causa do time de 2012. Era um dos favoritos no estadual daquela temporada. Avaí, Figueirense, Joinville e Chapecoense estavam na Série B naquele ano.

Continua depois da publicidade

Mas o time começou mal o campeonato. Em dez rodadas com Paulo Comelli, que vinha da Série B, foram apenas 14 pontos e o Tigre havia terminado o turno em 7º lugar, num campeonato de 10 times. A pressão aumentou, Comelli foi demitido e Vadão veio para seu lugar. Tudo mudou, fora e dentro de campo.

Com Vadão o Criciúma ganhou o returno da catarinense e se classificou às semifinais da competição, conquistando o título da temporada numa final bem equilibrada diante da Chapecoense.

O treinador chegou no Tigre agregando todo mundo, diminuindo as tensões e fazendo tudo mais fácil.

O diretor de Marketing do clube na época, Claudio Gomes, hoje executivo da Associação de Clubes SC, lembra que na chegada de Vadão estava decidido a deixar o Criciúma, mas o técnico o convenceu do contrário.

Continua depois da publicidade

“Na verdade, fiquei no futebol graças a ele. Foi bem quando ele assumiu. Eu já tava estressado com um monte de coisas, desgastado e contei pra ele que tava de saída. Do nada, no outro dia, ele apareceu na minha sala e falou queria me pedir uma coisa. Que era pra eu não sair do futebol. Que eu era importante pro clube e pro presidente (Antenor) Angeloni. E que a gente ia ganhar muita coisa junto ainda. O cara acabou me convencendo e acabei ficando. Devo muito a ele. Ele conduzia tudo de uma forma muito elegante e muito simples.”

Outro que trabalhou com Vadão no Tigre e também fala em simplicidade, é o goleiro Bruno Brígido. Titular do time campeão estadual, o atleta, hoje no Feirense, de Portugal, foi destaque na decisão, apesar de ter muita desconfiança da torcida. Bruno foi bancado por Vadão e também deu o seu depoimento neste dia triste.

“Vadão era uma pessoa muito especial, colecionou amigos e admiradores do seu caráter e profissionalismo. O dia de hoje está muito triste pro futebol. É só ver as manifestações dos clubes, até por onde ele não passou. Eu tive o privilégio de trabalhar um pouquinho com ele, no ano de 2013. Posso afirmar que era uma pessoa muito espetacular, com uma capacidade gigante de agregar grupos, com sua simplicidade, pela sua forma carinhosa de fazer com que nós entendêssemos o que ele queria. A gente sofre um pouco hoje porque ele vai fazer falta.”

Vadão ficou no Criciúma até agosto daquele ano. Além da conquista do estadual, fez 15 partidas com o Tigre na Série A. Vai ser pra sempre lembrado como um técnico campeão com o Criciúma. Um campeão Catarinense.

Continua depois da publicidade