Foi mais um jogo ruim do Criciúma. Só na vontade, desorganizado. O gol do Paraná saiu em um buraco no lado direito da defesa tricolor. E o Tigre seguia correndo, lutando e jogando bola pra área. Foram 50 bolas levantadas pra área adversária. Faltou tranquilidade. Sobrou pressa e ansiedade. Durante todo o jogo foram somente quatro finalizações certas. Os números representam o Criciúma da noite desastrosa contra o Paraná, e representam também este Criciúma de apenas 36 pontos em 37 rodadas.

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É um time rebaixado no futebol que não joga. E praticamente rebaixado na tabela.

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Rebaixamento, quase real, está sendo construído há muito tempo.

Mas já faz algum tempo que o Criciúma não joga campeonatos para competir. Desde o último ano da gestão Antenor Angeloni. Mas a situação piorou na gestão Jaime Dal Farra. E a falta de capacidade não é financeira e administrativa. A falta de capacidade é no futebol. É das decisões da diretoria com o futebol e do Departamento de futebol pra baixo. A direção do Criciúma há muito tempo não tem referências e convicções no futebol. Isso reflete em muitos gestores de futebol, muitas trocas, muitos técnicos, e pouco time.

Não tem cabimento e não há como aceitar o fracasso recorrente de um clube do tamanho do Criciúma. O Tigre tem uma estrutura invejável, com um estádio próprio e um CT que é o melhor do estado. Um clube que paga suas contas em dia, o que é mérito e obrigação ao mesmo tempo, mas o diferencia da maioria. Um clube que tem uma cidade inteira e uma região inteira que carrega no coração esta paixão. O Criciúma tinha que ser bem maior do que está sendo. E está pecando naquilo que é o seu produto final, que é fazer futebol.

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Há muito que ser feito. Mas o Criciúma tem que ter uma prioridade: rever sua conduta e suas convicções na forma de fazer futebol. Parece simples, mas é muito mais complexo do que demitir e contratar um time novo, como tem sido feito ultimamente.