Recentemente o craque mundial, o brasileiro Adriano “Imperador” deu uma entrevista ao site “The Players Tribune”. Entre outras histórias ele falava da sua vó e como ela foi a grande apoiadora do ainda menino “Adirano” – era assim que a vó o chamava – na luta para ir todos os dias treinar.
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Minha avó! Sem ela na minha vida? Esquece… Quando eu era criança, ela ia comigo no ônibus todos os dias, e como não tínhamos muito dinheiro, costumava fazer pipoca pra gente comer. De vez em quando ela cortava um pedaço de pão e botava um pouco de açúcar no meio. Era o que tinha. Ainda mais quando você está com fome. Lembro do gosto dessa pipoca até hoje!
Sem dinheiro, longe de casa, Adriano era um menino brasileiro tentando viver um sonho e fazer desse sonho sua realidade. Venceu e se tornou o “Imperador” que o mundo inteiro conhece. Mas o começo foi igual ao de quase todos os brasileiros em muitas e muitas profissões e sonhos.
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Richarlison, atacante da atual Seleção Brasileira, jogador do Everton da Inglaterra, hoje é uma realidade. Mas contou à mesma “The Players Tribune” como teve que ralar de peneira em peneira, de teste em teste, pra tentar vencer no futebol. Até por aqui esteve, tentando a sorte nas bases do Avaí e do Figueirense.
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O astro da Seleção Brasileira, Neymar, que se revoltou nesta quinta com a história dos brasileiros que dizem que vão torcer pra Argentina, vive o sonho que seu pai não conseguiu viver. O Neymar pai foi jogador, mas não teve o mesmo caminho do filho e passou a dedicar a vida e o esforço dele no garoto.
O “nosso” Thomaz Koerich, analista de desempenho da Seleção atual, tentou também ser jogador no Figueirense. Desistiu. E se tornou um dos melhores na área que escolheu, ligada ao futebol, preservando uma parte do sonho de quando era criança. Está orgulhoso à serviço do futebol da Seleção Brasileira e do técnico Tite. E nos orgulhando por aqui.
E assim são as histórias. Poderia contar várias aqui. A Seleção Brasileira que decide a Copa América no sábado tem uma atrás da outra. Todos lutaram com seus pais, com suas avós, como Adriano, pegando ônibus, longe de casa, com uma bola de meia no pé, em gramados ruins, peneirões… sonhavam chegar ao profissional, e sonharam jogar com a camisa da Seleção. Venceram. Estão lá, com toda a luta e merecimento. Podemos nos orgulhar deles. Nos representam.
Do outro lado vai estar a Argentina, que também tem seus lutadores e vencedores. Que não desistiram e vão estar na disputa, competindo dentro de campo, com a camisa da sua seleção. Orgulhosos e orgulhando seu povo e torcedores.
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Então, não me diga que “Messi merece mais”. Que papo furado. Messi merece tanto quanto qualquer um que estiver naquele gramado do Maracanã no sábado. Argentinos e brasileiros. Vai erguer o troféu de campeão aquele que vencer a disputa em campo. E estamos conversados. Dentro de campo é competição. É Brasil contra Argentina, como sempre foi.
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Torça pra quem você quiser. Ninguém é obrigado a torcer pelo Brasil. Nem pela Argentina. Ninguém é obrigado sequer a torcer. Mas seja honesto. Não me venha esse argumento patético de que “Messi merece mais” pra justificar sua escolha. Há valor e merecimento pra todos os lados nessa final. E que vença o melhor. E que seja o Brasil.