A Copa América começou e o problema da Seleção Brasileira é o mesmo de sempre. O meio de campo que não tem outra função a não ser a marcação. Com a lesão de Arthur, que poderia fazer uma parte da criação, o escolhido do técnico Tite foi Fernandinho, que faz exatamente a mesma função de Casemiro. Impressionante. Escolher um meio marcador contra a Bolívia, uma das mais frágeis seleções do continente. Era para arriscar algo. Na Copa, Fernandinho era o reserva de Casemiro, por isso jogou a partida da eliminação contra a Bélgica, em que o titular estava suspenso.

Continua depois da publicidade

Contra a Bolívia, na sexta-feira, o meio não jogou. A Seleção se apoiou na presença dos laterais pra tentar criar. Daniel Alves e Filipe Luis tiveram este papel. Mesmo com uma correção de posicionamento no segundo tempo, aproximando Fernandinho do ataque e centralizando mais Philippe Coutinho, o meio seguiu sendo o ‘’problema’’ do time.

É algo a ser trabalhado. É preciso trazer meias para a Seleção, que protejam a defesa e joguem construindo o jogo. Neste grupo atual, Arthur ajuda bastante nisso, e Paquetá pode ser uma escolha um pouco mais corajosa. Mas é questão para um ciclo inteiro. O técnico Tite deve trabalhar esta missão especial, que é achar jogadores para fazer o meio da Seleção funcionar.

O melhor jogo

Como era esperado, Colômbia e Argentina fizeram até aqui o grande jogo da primeira rodada da Copa América. A Colômbia fez um futebol muito forte em termos de conjunto, intensidade e qualidade. A Argentina esteve frágil o tempo inteiro. O primeiro tempo já foi amplamente dominado pela equipe de James Rodrigues, agora comandado pelo português Carlos Queiroz. O 0 x 0 do placar já era lucro para os argentinos no intervalo.

Continua depois da publicidade

O mais impressionante foi como o Argentina se apresentou frágil. Nem mesmo aquela velha garra e disposição estiveram em campo na Arena Fonte Nova. Messi esteva muito bem marcado o tempo inteiro. E não havia mais nível para trabalhar o jogo. O meio de campo argentino não mostrou nada, nem marcação, nem criação. Enquanto isso a Colômbia tinha defesa, meio e ataque fortes e contundentes. O resultado foi muito real. A vitória da Colômbia muda a ordem das coisas na escala de favoritismos da Copa América. Os cafeteiros estão fortes e podem chegar.

 Os mais fortes

O Uruguai deu seu cartão de apresentação. Já havia escrito durante a semana que o time de Suarez e Cavani era um dos mais fortes candidatos nesta Copa América. Por qualidade e por sequência de trabalho. O Uruguai já fez na Copa da Rússia uma adaptação dos jovens que chegaram, principalmente no meio de campo. Jovens como Bentancur, de 21 anos, e titular da celeste. O primeiro tempo no Mineirão foi um show de organização, bom futebol e agressividade. Dois laterais no fundo o tempo inteiro.

O meio chegando forte por dentro. Dois atacantes decisivos e muito perigosos. E tudo isso sem correr riscos na defesa. Foram três gols marcados, um gol anulado e duas outras defesas difíceis do goleiro do Equador. Só deu Uruguai nos melhores 45 minutos de uma seleção nesta Copa América. Um espetáculo. Desde já mostrando sua força e porque pode ser considerada uma equipe muito candidata ao título.