Onde entra uma cláusula de confidencialidade por uma porta, pela outra sai a transparência. E pior é que junto com a transparência vai a credibilidade. A referência é clara ao que ocorreu na reunião de segunda-feira (5) no Conselho Deliberativo do Figueirense. Quem esteve presente teve que assinar, antes de entrar, um compromisso de confidencialidade para que nada do que fosse debatido naquela sala pudesse vazar para a imprensa ou para o restante da torcida. Foram 82 de um grupo seleto, que teve conhecimento daquilo que está ditando o destino de um clube de uma torcida de milhares. 

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Como se o Figueirense estivesse discutindo algo pequeno, que fosse somente uma crise pequena dos resultados do futebol. Na verdade, o clube discute mais uma vez o destino pelos próximos 20, 35 anos. E essa discussão fica restrita a um grupo muito pequeno de 80, 100 pessoas, que seja.

Ao torcedor comum cabe ter fé. Sim, ter fé, que é acreditar, de olhos fechados, que tudo está resolvido e vai funcionar daqui pra diante. O momento do Figueirense merecia minimamente muita transparência, com esclarecimento ponto por ponto de tudo que está sendo discutido e definido. Só com essa clareza poderia haver entendimento, aceitação e participação. A transparência caminha de mãos dadas com a credibilidade.

Motivos para desconfiar

O presidente do Conselho Deliberativo, Chiquinho de Assis, foi perguntado, logo após a reunião de segunda-feira, se ele confiava que a partir desse novo acordo com a empresa as coisas voltariam a funcionar no Figueirense. Assis respondeu que não tinha nenhum motivo para não acreditar. A resposta dele foi dentro de um tom conciliador, e até compreensível para alguém que havia acabado de assinar um acordo. Acontece que a realidade do clube nos últimos anos mostra exatamente o contrário: há todos os motivos para desconfiar. Cabe à empresa comprovar o contrário.    

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