A cena é, no mínimo, constrangedora. O técnico Mozart deixa os vestiários da Arena Condá, após a perda do título do Catarinense para o Avaí, e vai em direção ao seu carro no estacionamento debaixo de gritos de xingamentos e todo tipo de ofensas possíveis.

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São alguns torcedores da Chapecoense que permanecem ali e que veem em Mozart o grande vilão da derrota da equipe no Estadual. Algo forte, intimidador e constrangedor – seria para qualquer profissional. Poderia ter sido evitado. Mas o recado era claro. Era um grito de “você é o culpado e não te queremos mais aqui”.

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Algo que se tornou realidade na tarde desta quinta-feira, com a demissão efetivada pela pela diretoria da Chapecoense. Foram oito jogos, muitos erros cometidos por ele, a perda de um Estadual que parecia estar certo para a Chape, mas Mozart também sofreu os reflexos de muitas circunstâncias geradas pela saída de Umberto Louzer.

Quando Louzer saiu, escrevi aqui neste espaço que a Chapecoense tinha um problemão. Não é fácil substituir um trabalho vencedor e com um perfil tão forte consolidado. Além disso, a direção do clube avaliou errado, achando que estava trazendo um “clone de Louzer” e que o trabalho seguiria o mesmo automaticamente. Mozart tem ideias de jogo muito diferentes.

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Neste período, Mozart mostrou muitas inseguranças de um treinador que ainda não conhecia plenamente o grupo de jogadores. E isso é fatal em uma reta final de competição. Foi fatal. Errou ao insistir com a formação que não vinha dando certo, com praticamente quatro atacantes em campo. Errou ainda mais entre o primeiro e o segundo da final contra o Avaí ao repetir a formação e o jeito de jogar. O time precisava de ajustes e tinha que ser muito mais agressivo.

Mozart tem boas ideias, teve pouco tempo, errou bastante e segue agora o seu caminho, que ainda é de formação de um novo treinador. A passagem pela Chape não foi nada boa.

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