A Chapecoense segue como a melhor equipe do estado e, consequentemente, melhor que o seu adversário das quartas, o Figueirense. Não é porque perdeu o jogo de domingo que passou a ser pior. Mas o futebol em campo não se resolve assim. Se resolve na disputa e competindo, com escolhas e estratégias. Assim, depois do houve no Orlando Scarpelli, a maior favorita do campeonato catarinense 2021 está realmente ameaçada de eliminação nesta quarta-feira no jogo da Arena Condá.

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Pecados na derrota de domingo

Na derrota para o Figueirense, o Verdão cometeu um primeiro grande pecado, que repercutiu na atuação da equipe e praticamente inviabilizou o resultado no Orlando Scarpelli: a Chapecoense menosprezou o mata-mata.

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Não é que tenha menosprezado o Figueirense e nem o fato de jogar fora de casa. Quando avalio que “menosprezou o mata-mata”, entendo que a Chapecoense foi para o jogo de fase eliminatória como se estivesse indo para uma partida regular de tabela de pontos corridos. É um erro gigante e pode ter custado a vaga. Pelo simples fato que não há muita chance de recuperação num mata-mata. As feridas de um jogo ficam para o jogo seguinte e repercutem em tudo, desde a pressão, a cobrança por ser favorita, e até a forma de atuar.

A equipe entrou em campo pouco disposta a passar de novo pelas quartas e passando a impressão que entendia que era jogar, ganhar e classificar novamente. Esqueceu de combinar com o seu adversário. A questão jurídica pesou, mas a Chape precisava entender que este é o campeonato como ele se apresenta agora.

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A Chape não jogou com o seu melhor conjunto, preservou jogadores, escalando um time bem alternativo em relação ao que o torcedor conhece. Jogadores importantes ficaram fora, como Anderson Leite e Mike. O técnico Mozart ainda se deu a chance de “testar” no ataque a dupla Anselmo Ramon/Perotti, que pouco jogaram juntos antes no campeonato, quanto mais como dupla por dentro na frente.

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Fora tudo isso, o time demorou a reagir em campo. Foi tomando pressão e gols e a reação não vinha nem do campo, nem de fora do campo. Mozart foi reagir no intervalo, com duas alterações relevantes para o time – Léo Gomes e Ravanelli -, mas o jogo já estava 3 x 0.

Quando o mata-mata começou, o técnico Mozart havia recém-chegado à Chape. Escrevi aqui neste espaço que “qualquer decisão equivocada por não conhecer completamente o grupo de jogadores pode ter seu preço em campo” – foi o que ocorreu no primeiro jogo. Escolhas erradas e decisões que não se encaixavam com o que o jogo pedia.

Agora não há outras escolhas. Mozart, que ainda trabalha sob a desconfiança do fantasma do excelente trabalho de Umberto Louzer, vai ter que escalar o melhor que tem, sem chances de preservar nada, e vai ter que jogar de forma agressiva e correndo riscos.

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