Nesta quinta-feira, fui à Ressacada para uma conversa com o técnico Eduardo Barroca, do Avaí. Estivemos lá, eu e os colegas Carlos Rauen, repórter da NSC, e Luan Santiago, nosso repórter cinematográfico. Gravamos um material sobre aquilo que é o dia a dia dele no trabalho como treinador, sobre a campanha do Avaí, questões táticas e também questões pessoais. Esse material você vai ver na tela da NSC e vai ouvir na CBN Floripa.

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Mas queria contar aqui dos momentos “off the records”, que são aqueles momentos mais soltos e com câmeras e microfones desligados.

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O primeiro deles diz respeito à dispensa do atacante Denílson, ocorrida há uma semana. Na gravação, Barroca manteve aquele discurso de liderança que “são coisas que não podem acontecer”, sem ser muito específico sobre Denílson. Mas quando mudamos de ambiente, ele virou pra mim e para o Rauen, com pesar, e falou: “quando acontece algo, como o caso do Denílson é uma derrota de todos nós”. 

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Eu falei: “porque o clube apostou muito nele, né?”

E Barroca continuou: “Não é isso… é que Denílson é um menino bom.”

Eu fui pelo lado errado de novo: “ele é muito bom de bola…”

E Barroca corrigiu novamente, lamentando: “sim, mas o que pesa é que eu fui professor e o esporte é um caminho para esses garotos e quando acontece algo como ocorreu com o Denílson eu sinto demais… é como uma derrota. Perdemos todos nós. Ele é um menino bom, do bem.”

Daí o no repórter cinematográfico Luan Santiago ainda cutucou: “então ainda tem volta?”

E Barroca voltou a ter aquele tom mais sério: “não, não tem volta mais…”

Esse Eduardo Barroca mais humano nós percebemos em quase todos os momentos da conversa. E é aí que entra o segundo momento “off the records” que queria contar. 

Quando estávamos guardando os equipamentos, num papo já de despedida, Barroca falou um pouco mais sobre a família.

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Perguntei a ele sobre os filhos – coisa de quem é pai, perguntar sempre sobre os filhos. Ele disse que tem dois filhos, uma menina de oito anos e um menino de cinco. “Meu menino tem autismo”, revelou. E então ele explicou sobre os cuidados especiais, disse que a esposa é uma guerreira, que é por isso também que prefere que a família fique no Rio de Janeiro, e que tem uma rede familiar bem próxima, que ajuda muito.

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E eu entendi um pouco melhor porque Barroca tem esse lado humano tão perceptível e real no seu dia a dia.