Não foi um jogo de qualidade, mas o Avaí foi melhor que a Chapecoense em todos os conceitos do jogo. Quando precisou defender, fez melhor, com a defesa bem postada. Quando quis pressionar, no primeiro tempo principalmente, fez melhor que a Chape, que tentou fazer isso no segundo tempo. Quando o jogo foi pro embate físico, o Leão também foi melhor. Até mesmo no final, o time da Ressacada estava mais inteiro fisicamente.
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O Verdão não teve forças para empurrar o Avaí pra trás. Apesar de dois lances no primeiro tempo, em que Lucas Frigeri teve que fazer grandes defesas, a Chape, na verdade, esteve muito frágil. E, até mesmo no encaixe coletivo, o Avaí mostrava mais. A Chapecoense era, o tempo todo, uma tentativa individual. O Avaí venceu com méritos. O jogo ainda não foi de alto nível, como se esperava, mas na disputa dos times catarinenses da Série A, o Leão fez valer o seu momento.
Treinadores amarraram o jogo
De um lado, Geninho tirava um homem de meio de campo para colocar mais um zagueiro. De Outro lado, Claudinei Oliveira apostava num meio de campo com três volantes. Eram as escalações iniciais dos times, que surpreendiam com montagem diferente. Mas as escalações tiravam a criatividade do meio de campo. Na verdade, o esvaziavam, priorizando o jogo do lado, batendo lateral de uma equipe com lateral de outra equipe. O jogo ficou pobre de construção.
O jogo de lado não aconteceu porque estava muito marcado. O Avaí, quando foi melhor, foi melhor adiantando a marcação. Mas foi um festival de bolas paradas no primeiro tempo. O mesmo ocorreu com a Chapecoense. Sem nenhuma criatividade no meio. Até quando tentou mudar, Claudinei colocou Vitor Andrade por dentro, mas ele não sabe jogar ali, pois amarra depois, segurando a bola. Sobrou disputa, intensidade do Avaí, e faltou futebol jogado com a bola no pé.
A Chape não tem meio
Nem Yan Rolim, nem Diego Torres, nem Márcio Araújo. Nenhum deles vai resolver um problema que a Chapecoense tem há muito tempo: não tem meia. Está faltando um jogador que seja a ligação entre volantes e atacantes. Um jogador que faça o jogo acontecer.
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Márcio Araújo é o que mais tenta, mas não tem qualidade pra isso. É um segundo volante, no máximo. A construção da Chape foi uma pobreza, sem nenhum jogo coletivo. Só tentativas individuais e bola parada.
Defesa bem montada
Apesar de ser um sistema que tira qualidade do meio de campo, a defesa do Avaí foi o ponto alto do time no jogo. Ricardo foi o melhor em campo. Kunde esteve muito bem, ganhando quase todas as disputas. E Betão foi o comandante que tem que ser. Para uma defesa que não treinou quase nada – 15 minutos no treino de terça – e que teve que se acertar em campo, o encaixe dos três zagueiros foi muito bom.