Por mais que Geninho possa pensar em alguma estratégia mais específica para o jogo, com o estádio cheio, a alternativa será ir pra cima da Chapecoense no início. Serve até para trazer a torcida junto e criar um ambiente bem desfavorável ao rival. Aquela marcação pressão no início, que abafa e não deixa o adversário jogar. Só que é preciso mais que isso.

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Não dá pra passar do ponto, nem disciplinarmente, nem fisicamente. Afinal, uma expulsão pode prejudicar toda a partida, e um desgaste maior do início forte pode aparecer depois, dando espaço para a Chapecoense jogar.

O Leão tem que saber explorar os espaços deixados pelos laterais, principalmente as saídas de Eduardo, e valorizar mais a posse de bola no meio, diminuindo as tentativas de ligação direta. João Paulo precisa ser protegido. Dos pés dele pode sair o lance do título – contra o Criciúma, na semifinal, ele deu um passe decisivo para que Igor Fernandes cruzasse para Daniel Amorim abrir o placar. São vários detalhes e o Avaí tem que chegar pronto para todos eles na grande decisão deste domingo.

50 x 50

Não há favoritismos e reitero agora, antes da decisão. Os dois times têm as mesmas condições na briga pelo título. Mesmo o fato de jogar em casa não provoca algum desequilíbrio em favor do Avaí. Isso ficou claro durante a semifinal contra o Criciúma. O time sentiu a tensão. Talvez por isso o capitão Betão tenha dito que não dá pra ninguém dizer que é o jogo da vida. Sem diminuir a importância, afinal Betão também afirmou que precisa do título.

O líder fez certo, para tentar tirar um pouco da tensão de um time que anda pressionado, apesar de ter feito uma campanha muito acima dos concorrentes. Na Chapecoense, o grupo tem tentando trocar o desgaste pelo ambiente favorável dos resultados das últimas partidas. A Chape vem de três decisões seguidas, ganhando todas, e isso que está sendo valorizado pelo técnico Ney Franco.

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Decisão que passa pela estratégia

A Chapecoense tem mudado o posicionamento em campo de forma eficiente nas últimas partidas. Contra o Criciúma, na Copa do Brasil, foi uma equipe mais marcadora e que saia em contra-ataques muito rápidos e bem construídos. Venceu bem. Diante do Figueirense, na semifinal, esperou no primeiro tempo para ir pra cima com muita força no início do segundo. Conseguiu controlar o jogo das duas maneiras.

Diante do Corinthians a equipe foi intensa e agressiva no primeiro tempo. Depois segurou na segunda etapa. Fez tudo isso com eficiência nas três partidas, o que mostra a capacidade do time, dentro da mesma formação tática, mudar a postura e seguir firme e forte no jogo. Acredito que a estratégia para o jogo final seja mais parecida com a usada na semifinal. Por jogar fora de casa, a Chape vai primeiro posicionar sem se expor, pra depois arriscar e partir pra cima – o que deve ocorrer a partir da metade pra frente do primeiro tempo.