O Avaí tomou uma atitude drástica nesta quarta-feira: o jogo contra o Brusque, de sábado, teve a Ressacada interditada e vai ser disputado no Heriberto Hulse, a casa do Criciúma. O motivo? A reforma do gramado, que por enquanto ainda não está finalizada, apesar de ter iniciado no final de novembro de 2023 e já estarmos indo para o final de fevereiro de 2024.
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Avaí x Brusque muda de local e não será mais na Ressacada
O entendimento comum, principalmente de quem acompanha o caso de fora, é que a reforma está sendo um desastre e que o Avaí e a greenleaf – empresa contratada para a obra – erraram e não estão achando a solução definitiva para o caso. Já foram disputados quatro jogos na Ressacada este ano e todos em condições precárias de gramado.
As partidas contra o Nação, a Chapecoense, o Marcílio Dias e o Criciúma tiveram um gramado com péssima aparência e, o pior, com grama solta, o que colocava em risco a integridade física dos atletas, além de interferir na qualidade do jogo.
A drenagem foi o principal problema
Nas manifestações públicas, o presidente do Avaí, Júlio Heerdt, tem falado que a reforma teve “problemas na drenagem”. Mas o que foi isso afinal?
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O que faço aqui a partir de agora é um relato baseado em apuração. O que houve, afinal? Qual o problema do gramado e da reforma? É uma explicação que ouvi mais detalhada do tal “problema na drenagem”.
Quando o Avaí iniciou a obra de reforma, que incluía além da troca da grama, mexer também no solo, recolocando a areia, a brita e a manta, toda a infraestrutura de drenagem já existente foi mantida. O Avaí tinha já dois sistemas de drenagem no gramado da Ressacada. Um da época da reforma que foi feita na gestão do presidente João Nilson Zunino, e outra mais recente, de 2015.
Pedaço do gramado da Ressacada se solta e jogador precisa colocá-lo no lugar
Nas avaliações gerais do Avaí e da greenleaf não havia a necessidade de trocar a drenagem porque continuaria funcionando normalmente com o material novo que seria colocado acima destes dois sistemas. Foi feito todo o trabalho, com a troca da manta, da areia, da brita, com o plantio da grama, que mesmo com o atraso – tudo isso acabou na semana da estreia do Catarinense – estaria pronto e finalizado para a temporada, precisando apenas dos ajustes naturais pós-plantio na nova grama, com o enraizamento, o trabalho de adubar, o corte e tudo mais daquilo que é o normal do dia a dia.
Num Figueirense x Avaí, não dá pra “Tito-bobear”
No jogo de estreia, contra o Nação, choveu muito e a drenagem simplesmente não funcionou. Ali foi o sinal de que algo estava errado e que era preciso detectar o que estava realmente ocorrendo. Até o jogo da Chapecoense foram feitas as avaliações e chegou-se à conclusão de que com a nova areia, mais fina, a drenagem havia “entupido”, pelo menos parcialmente. A conclusão: era preciso mexer e trocar o sistema de drenagem e fazer um novo.
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Confira a situação do gramado da Ressacada em fotos deste início de temporada:
Foi feita a reforma da reforma
O Avaí e greenleaf passaram a trabalhar para isso. Antes do jogo contra o Marcílio Dias, 30% da reforma total da drenagem foi feita, com a retirada da grama novamente, com uma nova estrutura sendo construída por baixo e novo material sendo colocado, com canos de PVC e toda a infraestrutura necessária.
Entre o jogo do Marcílio Dias e do Criciúma, o restante foi feito, com retirada da grama e construção de uma nova estrutura para refazer 100% a drenagem da Ressacada e colocar em operação imediata. O que se viu nos dois jogos, Marcílio e Criciúma, ainda foi um desastre, com a grama recolocada ainda solta e saindo em pedaços grandes durante as partidas.
Seleção da rodada 9 é Avaí, Chape e Criciúma
O Avaí está agora com todo o sistema de drenagem reconstruído, é um sistema novo, que tem valas grandes de escoamento atrás dos dois gols, de fora a fora, de uma bandeirinha de escanteio a outra, interligados com o que está por baixo de todo o gramado, e toda a grama novamente replantada. Está tudo pronto, mas a grama ainda não “pegou”, não enraizou efetivamente.
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Qual o prazo?
Ainda não há um prazo definido pela greenleaf para que a grama fique enraizada. Com a areia que foi colocada por baixo, trocada mais uma vez, agora este prazo é maior.
Figueirense x Avaí e o trabalho dos técnicos Burse e Barroca
A reunião que definiu a mudança do jogo de sábado da Ressacada para o Heriberto Hulse teve a seguinte pergunta da direção do Avaí para os profissionais da greenleaf: dá pra garantir que a grama não vai soltar no sábado? A resposta foi “não”. O Avaí resolveu tirar o jogo do seu estádio mesmo tendo todo o prejuízo financeiro e o desgaste com o torcedor, que já está ocorrendo.
Para o jogo contra o Barra, uma nova avaliação vai ser feita entre domingo e segunda-feira. Avaliação que vai levar em consideração, além das condições do gramado, também um novo desgaste com a torcida e as próprias necessidades do Avaí na tabela de classificação. Um revés contra o Brusque, por exemplo, pode fazer que a decisão obrigatória seja jogar na Ressacada.
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