A largada da Copa do Brasil 2021 se tornou caótica a partir da combinação de dois fatores: as restrições para jogos de futebol impostas por cidades e estados e a posição quase intransigente da CBF, que entende que tem que tocar a competição a qualquer custo.
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O vídeo vazado nesta terça pelo jornal “O Dia”, do Rio de Janeiro, reportagem de Venê Casagrande, deixa clara a imposição da entidade e também a cumplicidade dos clubes nestas determinações de mudanças de calendário e trocas de sedes das partidas. Os clubes são subservientes.
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O Avaí não é vítima quando é mandado viajar para Belo Horizonte e o jogo não acontece. Também não pode reclamar quando, em cima da hora, tem jogo cancelado no Estadual 2021 para que a partida contra o Palmas seja encaixada.
E não vai reclamar, como não tem realmente reclamado. A manifestação do presidente Francisco Battistotti no tal vídeo vazado não deixa dúvidas do alinhamento. Aliás, o presidente Battistottti sempre defendeu a continuidade do futebol. Desde o início da pandemia. Não há novidade.
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O Criciúma também não reclamou de ser mandado a Belo Horizonte e depois, em cima da hora, para Cariacica, no Espírito Santo, para enfrentar o Marília. Não se ouviu reclamar e não vai se ouvir.
Os torcedores podem até cobrar, mas não vão ter posturas questionadoras. E não se trata aqui de questionar a continuidade do futebol. O assunto é a falta de um debate, a falta de posições. A questão merecia minimamente uma discussão em torno de ideias, com ajustes de calendário, datas, e das próprias competições.
Quem tentou falar algo na reunião do dia 10 foi o presidente do Palmeiras, Maurício Galiotte, que foi repreendido rapidamente pelo presidente da CBF, Rogério Caboclo, e se calou. E quando Caboclo perguntou, ao final, se algum clube estava contrário ao que ele havia exposto, houve um silêncio retumbante.
O que se viu no vídeo foi o poder de mando sendo plena e fortemente exercido. Quem se cala, obedece.