O episódio da agressão, dos xingamentos, sofridos pelo ex-presidente do Avaí, Francisco Battistotti, resultou em um grande desabafo, que ouvi no início desta última semana em uma longa conversa telefônica com ele.

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Battistotti reconhece erros, mas se disse entristecido pela forma como ele e sua gestão são tratados pela torcida e pela diretoria atual. Sabe que extrapolou gastos nos últimos anos em que esteve a frente do Avaí, mas fala de necessidades. 

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Não aceita as reprovações de contas, que considera atos políticos dentro do clube. E diz que a dívida do Avaí não foi feita por ele e sim por diversas gestões em 100 anos de história do clube. 

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Rejeição das contas

Ponto de grande debate é a rejeição das contas de 2020. Battistotti reclama que “Zunino extrapolou os gastos, a gestão atual está extrapolando os gastos agora, por que só as minhas contas foram rejeitadas?” e completa “outros presidentes tiveram as contas aprovadas com restrições. Só as minhas foram rejeitadas por uma questão política dentro do clube”, se referindo ao processo eleitoral para sua sucessão na presidência do Avaí.

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***As contas de 2020 da gestão do presidente Francisco Battistotti foram rejeitadas, segundo relatório do Conselho Fiscal, porque os gastos extrapolaram o previsto no orçamento e estes gastos maiores não tiveram a devida apreciação e aprovação do Conselho Deliberativo do clube***

Dívida histórica do clube

Neste ponto Battistotti se sente muito ferido. Principalmente quando é xingado como foi tratado no episódio com os torcedores no lado de fora da Ressacada, quando foi cercado e acusado de “ladrão” em frente aos familiares. 

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“A dívida do Avaí não fui eu que fiz. É uma dívida de 100 anos, histórica, que teve a dívida do Flávio Félix, a dívida do Zunino, a dívida do Nilton e também a dívida do Battistotti. A dívida do Avaí é a dívida do Avaí, não é do Battistotti.”

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***Battistotti assumiu o clube em abril de 2016, herdando a presidência após Nilton Macedo Machado renunciar. Até aquele ano, a dívida histórica do Avaí era – segundo dados de relatório de comissão do próprio Conselho Deliberativo – de R$ 79 milhões, caindo em 2017 para R$ 76 milhões, voltando a subir em 2018 para R$ 78 milhões, e a partir de 2019 sim, subindo bastante até chegar a R$ 115 milhões ao final da gestão Battistotti, em dezembro de 2021. Ou seja, subiu historicamente R$ 36 milhões no período 2016-2021.*** 

Tratamento a ele e a família nas idas à Ressacada

O ex-presidente se sente muito perseguido nas idas à Ressacada. Ele e a família. Cita um caso em que o neto foi proibido de entrar com a camisa do PSG no estádio, outro em que a neta estava com um pacote de batata frita, e reclama também do caminho que tem que fazer para ir até o camarote que possui no estádio. “Meu netinho não deixaram entrar, mas no mesmo dia havia um torcedor circulando perto do bar, nas sociais, com camisa de time da Argentina.”

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***Os episódios e reclamações são de conhecimento da gestão atual. Sobre as questões da camisa e do salgadinho, o Avaí esclarece que são regras do clube, que os funcionários são orientados a cumprir. Lembra que a proibição das camisas de outros times foi estabelecida inclusive na gestão do presidente Battistotti. E sobre os caminhos para acessar o camarote, realmente houve uma discussão e não havia um acerto claro. Mas que toda a segurança será dada a ele em qualquer nova visita à Ressacada em dia de jogos.***