Os números divulgados pelo Ministério da Saúde nesta terça-feira foram mais um sinal de alerta e esfriam as intenções de retomada de muitas atividades.

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No futebol, há nos últimos dias movimentos para a retomada das competições que foram paralisadas em março.

Em Santa Catarina, a Federação Catarinense de Futebol começa a planejar a volta aos gramados para finalizar o Campeonato Estadual 2020. Como publiquei nesta segunda-feira, a ideia prevê retomar os jogos com portões fechados em maio para seis rodadas que seriam suficientes para que um campeão seja conhecido. Tem o apoio de seis dos dez clubes.

No Rio de Janeiro, a Ferj também se movimenta para criar um protocolo de segurança e saúde para fazer as partidas que faltam no Carioca.

Em São Paulo, os clubes conversam para realizar jogos em uma única sede.

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Em relação a tudo isso, o presidente da FCF, Rubens Angelotti, me enviou uma mensagem em que diz que “gostaria de deixar bem claro que não vamos retomar o futebol a todo custo. Estamos buscando todos os cuidados. A prioridade sempre será a vida das pessoas e isso envolve saúde. O que estamos buscando são possíveis portas de saídas para essa pandemia que estamos vivendo. Não está sendo fácil, mas com bastante união e conscientização de todos vamos superar tudo isso”.

Não pode ser a todo custo.

As federações estão cumprindo o papel que cabe a elas, que é de planejar, que é de antecipar e estabelecer cenários para diferentes realidades. Não há como julgar e condenar.

Só que nesta terça a Confederação Brasileira de Futebol já foi no caminho contrário.

Em mais uma rodada de negociações para definições sobre o calendário, a proposta da CBF foi prolongar as férias dos jogadores até o final do mês – inicialmente previstas para terminar no próximo domingo.

A realidade é exatamente esta. É preciso esperar. Não há condições para uma retomada segura.

O Brasil bateu recorde de mortes por coronavírus nesta terça. Os números vêm aumentando. Não há no nosso país algo que indique um alívio. Muito pelo contrário.

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Talvez na Itália e na Alemanha já se possa realmente começar a planejar uma volta do futebol. Os números lá começam a cair. São momentos e realidades diferentes.

Na Alemanha, os clubes voltaram a treinar, seguindo determinações de um protocolo de distanciamento entre os jogadores e os profissionais envolvidos. Mas a Alemanha é um país que consegue produzir testes e testar a população para controlar a pandemia.

Aqui, o mais correto a fazer agora ainda é esperar e planejar. Traçar o plano A, o plano B, o plano C. Enquanto isso, observar o que acontece no país e com os números que mostram a realidade da pandemia. O momento ainda é de ouvir e seguir as orientações das autoridades de saúde.