São seis meses! Não bastasse estar num jejum de cinco Copas, 21 anos sem um título mundial, que vão se tornar pelo menos 24 anos, a Seleção Brasileira vive uma fase de constrangimento total, à espera de um treinador – literalmente!

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Desde aquela noite de sexta-feira em Al Rayyan, em que fui testemunha da dolorida e quase inacreditável eliminação do Brasil nas quartas de final da Copa do Mundo do Qatar, no Education City Stadium, a Seleção está abandonada. Aliás, naquela noite a equipe foi realmente abandonada. Ou alguém esqueceu que o técnico Tite largou o time em campo após a derrota nos pênaltis para a Croácia? Era 9 de dezembro. São seis meses de abandono.

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A CBF — leia-se o presidente Ednaldo Rodrigues — está à espera de um técnico que já disse reiteradas vezes que não vai vir. Carlo Ancelotti foi questionado inúmeras vezes na Espanha sobre a possibilidade de assumir a Seleção Brasileira e em todas as vezes disse que vai permanecer no Real Madrid. 

E o presidente da Confederação Brasileira de Futebol ainda revelou esta semana que vai à Europa para tentar uma última conversa com ele. Para piorar, há uma cogitação de que a CBF possa esperar Ancelotti até o final do seu contrato com o Real, no meio do ano que vem. 

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Como se percebe, verdadeiramente a Seleção Brasileira de Futebol, a amarelinha pentacampeã, perdeu o respeito. Não porque Ancelotti disse não ao convite que pretensamente se imaginava irrecusável, ou porque os adversários não respeitam mais em campo. A Seleção perdeu o respeito porque nem mesmo a CBF respeita a sua história. 

Carlo Ancelotti é mesmo um dos melhores do futebol mundial atual. Ter o italiano como técnico da Seleção Brasileira seria fantástico em termos de ideia e possivelmente traria uma evolução no jogo em campo para o time nacional e com reflexos no futebol jogado aqui no Brasil. Teria incontestavelmente capacidade para comandar o time do Brasil na disputa de uma Copa. Mas, uma vez que o convite foi feito e recusado, que a CBF siga a vida, defina outro nome, outro escolhido, e contrate um treinador.

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Enquanto isso, Ramon Menezes, que caiu de paraquedas na Seleção Brasileira de base e que foi eliminado no último final de semana nas quartas de final do mundial sub-20 por Israel, no torneio que por ironia do destino está sendo disputado na Argentina, atual campeã mundial, já conseguiu perder um amistoso para Marrocos e vai herdando aos poucos também a Seleção principal.

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É uma grande contradição. A CBF quer um dos melhores do mundo, está disposta a esperar uma eternidade por ele porque não abre mão da qualidade e da excelência, mas deixa a Seleção nas mãos de qualquer um. Ramon Menezes não comandaria hoje um time na Série A do Brasileiro. O hexa de 2026 já começa a ir pro espaço. Como diria aquele apresentador: 2030 é logo ali…