Difícil não relacionar a queda do diretor de futebol do Avaí, Joceli dos Santos, com uma pressão forte que vinha de fora pra dentro na Ressacada. Difícil também não relacionar à má campanha no Brasileirão. De fora pra dentro, houve até manifestação pública de torcida organizada pedindo a cabeça do diretor. Aliás, o termo era “exigência”. A saída dele serve, de alguma forma, para aliviar algumas tensões das pressões todas que a diretoria deve estar sentindo pelo momento de crise dentro de campo. É a tal história que alguém sempre acaba pagando o preço. Mas aí é que está a outra questão que precisa ser analisada. Joceli era parte integrante do departamento de futebol. Tem sua responsabilidade, por contratações feitas e não feitas, tem sua responsabilidade em erros, assim como tinha méritos em acertos que existiram na passagem dele desde 2016, no futebol do clube.
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Não era “o problema”
Não há como aceitar que “seus problemas acabaram” porque Joceli foi mandando embora. Não é e não era o único responsável pelo futebol do Avaí em 2019. Neste ponto, vale destacar que o time deste ano tem marca registrada de alguns outros profissionais, como Evando, Geninho, Marquinhos e até mesmo o presidente Francisco Battistotti, sempre muito personalista. Também é importante lembrar que Joceli foi um dos suportes do próprio presidente lá atrás, em 2016, como homem de confiança quando todas as pressões contrárias existiram para que o atual mandatário do clube assumisse o cargo.
O diretor de futebol sai com dois acessos à Série A e um título estadual, também com um rebaixamento. Acrescento que sempre cobrei um Joceli mais atuante. Principalmente nos momentos de crise, poderia ter vindo pra linha de frente para conversar com a imprensa e a torcida. De qualquer forma, sempre respeitei bastante pela identificação histórica com o clube. Sabia que havia alguém no departamento de futebol que iria zelar pelo Avaí. A direção preferiu apenas comunicar o desligamento do profissional, sem explicar os motivos, o que torna ainda maior o leque de especulações. O que poderia ser evitado também.
Ouça o comentário na CBN:
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