Vivemos uma época de intolerância. Está em todas as partes, nas mais diversas camadas da nossa sociedade. Não há conversa, argumentação. É tudo oito ou oitenta. É um momento em que o instinto se sobrepõe à razão, seja na rua ou até nas redes sociais. O futebol tem também o seu subproduto que reflete tudo isso. A violência sem propósito, de que foi vítima nosso colega Janniter de Cordes na quarta-feira, nas dependências do Avaí, está neste contexto e não pode ser aceita. É um absurdo. Janniter é um grande repórter, um abnegado, que pensa sempre primeiro no seu trabalho e no compromisso que tem com a carreira e com as informações, que são o objeto do jornalismo que ele faz. Não merecia a agressão desnecessária e descabida. Ninguém pode aceitar.

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Um limite foi ultrapassado de forma muito danosa à convivência harmônica das partes que interagem neste mundo de quem está dentro do campo. O próprio Avaí deveria dar uma resposta contundente. O clube foi frágil na ação dentro de suas dependências e na nota divulgada, em que sequer cita o fato. Uma violência que nesta semana foi contra um repórter, mas que amanhã ou depois pode atingir também alguém do clube, igualmente trabalhador, cumprindo seu dever.