Esporte é competição. Em qualquer circunstância. Quando o competidor entra na arena é pra competir. É da natureza do competidor. Pelo menos, deveria ser. Sempre. A competição se dá em diversos níveis. Uma dividida em campo é competição. Uma corrida pra alcançar primeiro a bola é competição. Um esforço a mais para fazer um bloqueio de chute, ou uma defesa do goleiro, também são atos de competição. Voltar para o posicionamento correto, preencher espaços, fazer coberturas, fazer leitura correta e atenta dos movimentos dos adversários – tudo é competição. O gol é resultado de um somatório de atitudes competitivas em campo.
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Pois foi tudo que o Avaí deixou de fazer na última quarta-feira. Foi uma atuação frouxa de uma equipe que parecia estar em campo somente pra cumprir uma obrigação bem custosa. Foi o que o time passou como imagem, impressão, para quem estava assistindo ao jogo. Lamentável para o Avaí, como instituição, e para o seu torcedor, que não merecia.
Qualquer torcedor, seja ele do líder ou do lanterna do campeonato, como é o caso do Avaí, vai aceitar uma condição ruim, um resultado adverso, desde que perceba que o time lutou e entregou em campo o máximo possível. Não há nenhuma vergonha em ter um rebaixamento, uma volta à Série B do Brasileiro. Afinal, é um campeonato extremamente duro, até mesmo para clubes que têm mais recursos financeiros e capacidade de investir. A vergonha está em não lutar, não honrar e não competir.
Até o último domingo, no jogo contra o Palmeiras, havia muita luta. Foi um jogo parelho, disputado no limite do Avaí, que tentou ao máximo segurar o vice-líder do Brasileirão. Não deu. O torcedor aceitou. Sabia do limite do time. Viu vontade. Viu empenho. Contra o Fortaleza, não se viu nada. Nem mesmo o respeito mínimo aos quase 3 mil torcedores que foram à Ressacada.
Nas palavras de Evando, no pós-jogo, o compromisso da cobrança do grupo. Evando tem história na Ressacada e no Avaí. É respeitado pelo torcedor. Sabe o que todo avaiano quer em campo. Tem que haver entrega e respeito. E tem que haver esta cobrança. Como prometeu o capitão Betão em muitas entrevistas, não é possível aceitar que alguém jogue a toalha. Curiosamente, Betão, que não esteve em campo na quarta para cobrar do time cada dividida. O capitão é outro, que mesmo podendo ter suas limitações, sabe o que é o Avaí e o que o torcedor exige.
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Os nove jogos que restam têm que ser assim. Muita luta e muita entrega. Senão o esporte não vale a pena. Que seja por uma vitória. Que seja pela próxima vitória. Mesmo que o objetivo final já não exista mais. Mas, a dignidade de competir é tudo que o torcedor espera.