O craque não precisa de muitos jogos para dar o seu recado e fazer estragos nas equipes adversárias. É verdade que Messi ainda não fez nenhuma boa atuação nesta Copa América. Está todo mundo esperando quando isso vai ocorrer. Se a seleção der espaço, certamente ele aparece. É verdade também que Messi está jogando numa faixa de campo em que fica mais distante do gol, como se fosse um meia criador de jogadas, um articulador.

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Muitas vezes, nesta Copa América, se viu o craque buscando jogo na linha dos volantes, muito atrás. Ali ele é bem menos perigoso. Contra a Venezuela, ele até ficou mais próximo dos atacantes, mas como meia. Não conseguiu se achar em campo, com a forte marcação adversária. Acontece que, como já escrevi, um jogo entre Brasil e Argentina costuma tirar o que de melhor os grandes jogadores têm. A imprensa argentina tem colocado todas as esperanças nesse despertar de Messi – que isso possa ocorrer na semifinal. Que seja assim, afinal todos esperam pelo Messi real desde a primeira rodada. E que o Brasil esteja preparado para o Messi real e não para o desinteressado que vem atuando na competição.

Mais iniciativa no ataque

Está faltando o drible. Está faltando o que surpreende o adversário e quebra as linhas. Está faltando um passe diferente. A Seleção está muito quadrada. É um bom conjunto, organizado e coeso. Não ter tomado nenhum gol, é uma clara demonstração que há organização. Mas não ter feito gols em duas partidas que teve domínio também é demonstração de que algo está faltando. Mobilidade, triangulações, drible, passes rápidos e, claro, um pouco de qualidade a mais. A qualidade não vai melhorar.

O que o técnico Tite tem está aí. Tirando Everton, que tem procurado driblar, ir pra cima, desequilibrar, a ausência de Neymar deixou um vazio de criatividade na linha de frente. Não é que não tenha qualidade, tem bastante, mas falta aquele brilho de jogadores especiais. David Neres poderia acrescentar neste quesito. Mas um pouco mais de iniciativa e de, por incrível que pareça, desordem, poderia ajudar.

A Seleção está jogando mais que a Argentina, mas precisa definir jogos. A eliminatória diante do Paraguai mostrou isso. Se não aumentar sua capacidade na frente, acrescentando tudo que tem faltado, o jogo fica muito igual. Quem vai chamar o jogo e tomar a iniciativa de fazer fora do quadrado? É a questão.

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