Um viaduto “brotou” na BR-470 em Blumenau. Em menos de 90 dias, o que era um trevo abandonado no Badenfurt tornou-se um frenético canteiro de obras. Executadas as fundações, já é possível distinguir os pilares e a formação das primeiras vigas de sustentação. Até aos domingos há operações no local. A boa notícia levanta inevitável pergunta: há quantos anos a duplicação já poderia estar pronta se esse fosse o ritmo padrão?
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A passagem inferior para os acessos ao Complexo do Badenfurt, de um lado, e a Pomerode, do outro, é uma das melhorias previstas na duplicação com maior potencial de reduzir filas na BR-470. Mas a espera já dura 10 anos, desde a assinatura da primeira ordem de serviço no governo Dilma Rousseff (PT), em 2013.
Demoraram as desapropriações no trecho e o escasso dinheiro alocado ano após ano no orçamento da União foi direcionado para outras frentes da duplicação. No meio do caminho ainda houve uma mudança de projeto solicitada pela comunidade. A estrutura do viaduto foi modificada para abrir duas pistas de retorno por baixo, evitando congestionamentos futuros.
No início de abril, o viaduto do Badenfurt virou prioridade de fato do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT). O volume de máquinas e trabalhadores no local lembra a operação feita no viaduto da Mafisa, entre os governos Michel Temer (MDB) e Jair Bolsonaro (PL), para resolver logo um gargalo do trânsito.
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Agora, no entanto, o dinheiro também faz diferença. A previsão de quase R$ 250 milhões do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para investir na rodovia somente em 2023 dão confiança de que o ritmo das obras não vai diminuir abruptamente.
Prazo de conclusão
Segundo o DNIT, se tudo correr bem, o viaduto do Badenfurt terá o tráfego liberado no início de 2024. Ainda faltarão serviços complementares, mas os congestionamentos devem estar finalmente resolvidos.
Então, se um viaduto desse porte, para resolver um problema tão essencial ao desenvolvimento do Vale do Itajaí, pode ser construído em 10 meses, por que a duplicação completou a primeira década com metade ainda por fazer?
É alentador observar a evolução do viaduto. Mas também triste, considerando o quanto e quantos se perderam com tanto atraso.
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