As sessões ordinárias da Câmara de Vereadores de Blumenau não serão as mesmas a partir desta semana. Os parlamentares decidiram adotar o modo remoto de trabalho, com cada um na sua casa ou escritório. As reuniões continuarão sendo transmitidas pela TV Legislativa.

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Segundo a justificativa oficial, trata-se de medida preventiva contra a Covid-19. Ninguém entendeu, porém, por que os setores administrativos e gabinetes continuarão trabalhando normalmente. Na prática, só os 15 parlamentares contarão com a segurança do lar contra o novo coronavírus.

É postura diferente da adotada entre março e abril, no início da pandemia, quando a Câmara obedeceu às determinações do governo estadual e suspendeu todas as atividades presenciais.

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O motivo real, não declarado, é bem distinto: a campanha eleitoral. No pacote de alterações que valem a partir de terça-feira (6) entrou também o novo horário das sessões, agora às 9h (normalmente começam às 15h).

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Já é uma tradição, na Câmara de Blumenau, transferir para a manhã o compromisso ordinário no período pré-eleitoral, liberando os vereadores para circular pelas comunidades à tarde e à noite. Manteve-se o hábito, mesmo que a eleição tenha sido adiada para 15 de novembro.

Desta vez, as sessões matutinas não foram suficientes. Com o trabalho remoto, os parlamentares não precisarão se deslocar até o Centro e ainda gravarão os pronunciamentos. Isso quer dizer que as sessões presenciais e simultâneas estarão resumidas às votações da ordem do dia.

Em poucos minutos, todos estarão liberados do compromisso regular. Acabaram-se os debates, os apartes e também as conversas paralelas enquanto o colega está na tribuna. 

As decisões causaram desconforto entre servidores do Legislativo. Há ao menos um caso de coronavírus confirmado na Casa, mas somente o gabinete onde o funcionário trabalha interrompeu o expediente normal.

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Um projeto de resolução prevê que as sessões voltarão ao horário vespertino a partir de 16 de novembro de 2020, dia seguinte ao primeiro turno da eleição. No caso das reuniões a distância, o requerimento que as oficializou não define data para o retorno à normalidade.

Atualização

A votação em plenário do requerimento que solicitou as sessões em modo remoto teve nove votos favoráveis e uma abstenção, de Adriano Pereira (PT). Estavam ausentes no momento da votação Professor Gilson (Patriota), Cezar Cim (PP) e Bruno Cunha (Cidadania). O presidente Marcelo Lanzarin (MDB) não vota.

Após a publicação desta nota, o vereador Gilson procurou a coluna para lembrar que, momentos antes, durante a sessão de quinta-feira, declarou-se contrário à mudança. Da mesma forma, o vereador Adriano Pereira informou que se absteve porque não concorda com a medida. Ambos disseram que continuarão trabalhando na sede do Legislativo.