O número de pacientes de outras cidades internados com Covid-19 em leitos de UTI nos hospitais de Blumenau é o maior desde o início da pandemia. Dezoito dos 62 lugares (29%) ocupados nesta segunda-feira (7) atendiam a doentes transferidos de outros municípios, segundo a prefeitura. Eram 11 há apenas uma semana.
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No dia 28 de julho, esse número havia chegado a 17, mas numa proporção menor (23%) em relação ao total de internados, que era de 74. A regulação dos leitos de UTI é feita pelo Estado, que define para onde devem ser encaminhados os pacientes.
A pressão regional sobre as UTIs blumenauenses aumentou depois que hospitais em Gaspar, Balneário Camboriú e Timbó anunciaram lotação das unidades de terapia intensiva. Em Brusque, o Hospital Azambuja também está com todos os leitos SUS ocupados. Na rede particular, o Hospital Santa Catarina, de Blumenau, vive a mesma situação.
Pelas contas da prefeitura, que considera leitos privados e outros ainda inativos, há 32 unidades de terapia intensiva disponíveis em Blumenau. A maior parte integra o que o município chamava, na primeira onda, de “leitos de guerra”. São lugares que podem ser ativados em caso de necessidade, mas não sem dificuldades.
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Os hospitais Santo Antônio e Santa Isabel têm os equipamentos necessários para implantar os leitos restantes. Basta desocupar alas de enfermaria e adaptar os quartos. Mas o maior obstáculo para efetivar esse reforço é a oferta de pessoal. Com as UTIs para atendimentos gerais lotadas, o sistema está esgarçado. Os hospitais têm cada vez menos margem de manobra.
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Se o número de transferências da região continuar alto, o sistema pode sofrer uma pressão inédita nas próximas semanas. Tanto nas UTIs para Covid-19 quanto nos leitos destinados a outras enfermidades. Caso que ilustra esse drama é o da mulher esfaqueada pelo companheiro em Gaspar, que aguardou 24 horas pela liberação de um leito de UTI geral.
O sistema regional começa a dar sinais de colapso.
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