Merecem atenção as conversas, ainda restritas aos ofícios trocados pela Arteris com órgãos públicos federais, sobre o futuro da BR-101 após a conclusão do novo viaduto da BR-470, em Navegantes. Muito mais do que marginais e pontes, o que está em jogo é se o trânsito vai andar ou não num ponto vital para o desenvolvimento de Santa Catarina. Se a opção das autoridades for por um viaduto meia-boca, as duas rodovias podem travar.
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O viaduto projetado na duplicação da BR-470, que começou a ser erguido nas madrugadas da última semana pelo DNIT, prevê acessos simplificados, mera atualização do que existe hoje. Significa dizer que as pistas da BR-101 continuariam trancando, nos horários de pico, por veículos saindo e entrando na rodovia do Vale do Itajaí. O risco de “colapso” daquele ponto é iminente, avisou a concessionária Arteris.
O plano da empresa, que está sob avaliação da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), é construir vias marginais para servirem de acesso à BR-470. Só que logo ao lado fica a calha do Rio Itajaí-Açu, obstáculo que exige a construção de, no mínimo, uma ponte, como a coluna revelou no domingo (22). A Arteris está propondo uma travessia marginal nova no sentido Curitiba. A saída para a BR-470 seria ainda em Itajaí, antes da ponte.
No sentido Florianópolis, o plano é usar o acostamento da atual ponte como faixa de entrelaçamento, para que os veículos de saída da BR-470 não entrem direto nas faixas centrais. Funcionaria assim até que fosse possível erguer uma quarta ponte. Não é o ideal.
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Obras desse porte custam altos volumes de dinheiro, via impostos ou pedágio. Mas deixar de executá-las também custa. Tempo, combustível, investimentos privados desestimulados e arrecadação frustrada. Sem contar a perda de qualidade de vida e o prejuízo ao turismo no encontro rodoviário que dá acesso ao segundo maior aeroporto catarinense, o de Navegantes, e aos principais balneários do Estado fora da Ilha.
A duplicação da BR-470 teve a ordem de serviço assinada em 2013. A discussão começou tarde demais. Ignorá-la e fazer as coisas de qualquer jeito, porém, condenaria Santa Catarina ao atraso.
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