A Companhia Urbanizadora de Blumenau (URB) ainda existe. Embora não se veja mais obras e funcionários nas ruas desde 2019, no papel ela segue ativa, com patrimônio, funcionários e uma dívida milionária a pagar. O trabalho de liquidação, cujo primeiro prazo encerra neste ano, deve ser prorrogado até 2029 numa assembleia marcada para 6 de junho.
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Foco histórico de confusões contábeis, denúncias de irregularidades e processos judiciais, a URB teve a extinção anunciada em março de 2019 pelo prefeito Mário Hildebrandt (Podemos). A dívida calculada à época chegava a R$ 64 milhões, a maior parte de impostos federais e direitos trabalhistas. Três anos depois, o passivo ainda é de R$ 46 milhões.
Cerca de 60 funcionários continuam de alguma maneira ligados à Urbanizadora de Blumenau, a maioria devido a longos afastamentos pelo INSS. No ato de extinção, em 2019, eram 627. Entre as tarefas dos sete servidores que continuam trabalhando com a papelada do órgão, entre eles o liquidante, o ex-vice-prefeito Edson Brunsfeld (Podemos), está encontrar empregados e ex-empregados com dinheiro a receber.
A equipe também trabalha na renegociação de dívidas, especialmente com órgãos federais. Num desses acordos, segundo Brunsfeld, o município poupou R$ 5 milhões recentemente. A sede do que restou da Urbanizadora é hoje uma sala no terceiro andar de um prédio da Rua XV de Novembro, perto da prefeitura. A antiga casa, na Escola Agrícola, hoje é ocupada pela Secretaria de Manutenção Urbana.
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Também em 6 de junho, a usina de asfalto, equipamentos e sucatas pertencentes à Urbanizadora vão a leilão. Um galpão ainda guarda ônibus e veículos. A expectativa é de que patrimônio e dívidas sejam zerados até 2029.
Até lá, os contribuintes de Blumenau continuarão pagando o preço caro de uma prolongada má administração pública.
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