Candidato ao governo de Santa Catarina nas Eleições 2022, o promotor de Justiça Odair Tramontin concorda com a decisão do Novo de usar o fundo partidário para pagar despesas internas, como salários de dirigentes. Convenção da legenda decidiu, na terça-feira (28), usar rendimentos de uma conta onde estão depositados cerca de R$ 100 milhões em dinheiro público não utilizado. Crítico dos gastos dos adversários na última campanha, Tramontin acredita que o discurso não sensibilizou os catarinenses:

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— O eleitor não deu muita bola para o fundo partidário. Não nos diferenciou por causa disso.

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O candidato do Novo ficou em sexto lugar na eleição estadual, com 114 mil votos (2,79%). Terminada a disputa, precisou desfiliar-se da legenda para retornar às funções no Ministério Público — por ter assumido o cargo antes da Constituição de 1988, ele pode afastar-se para campanhas eleitorais. O promotor cogita disputar a prefeitura de Blumenau em 2024. Seria a segunda vez. Em 2020, ficou em terceiro lugar e por pouco não foi ao segundo turno.

Durante a campanha estadual, Tramontin diz ter ouvido de eleitores que, para a candidatura ao governo ser viável, o Novo deveria disputar em igualdade de condições com os adversários. Outras pessoas, ao serem abordadas para doar dinheiro à campanha, teriam afirmado que já contribuem com os partidos políticos via impostos.

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— Se eu estivesse na ativa no Novo, eu concordaria com essa decisão. Não contraria nenhum discurso, porque vão usar somente o rendimento do fundo partidário. Não tem fundo eleitoral — destaca.

A reação do deputado do Novo em SC ao plano da legenda de usar o fundo partidário

Novo

Desde a fundação, o Novo vedava o uso de verbas públicas em atividades partidárias e eleitorais. Mas, por lei, recebe a cota do fundo partidário. O partido alega que, se simplesmente devolvesse o dinheiro, ele seria entregue a adversários. Por isso, deposita numa conta com a promessa de devolução.

Com a regra mais flexível, a cúpula da legenda terá cerca de R$ 1 milhão por mês para custear despesas. O deputado federal Gilson Marques (Novo), de Pomerode, foi contrário à flexibilização.

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