Após a confirmação de seis casos de Covid-19 em cinco dias de volta às aulas, a prefeitura de Blumenau apertará o cerco ao coronavírus nas escolas. Sempre que um aluno ou professor receber diagnóstico positivo, todos os colegas serão submetidos ao teste de antígeno. Decisão em sintonia com as melhores práticas de combate à pandemia. Para barrar a formação de uma terceira onda, Santa Catarina deveria adotar o mesmo protocolo de testagem em todo e qualquer ambiente fechado.
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Há um ano Organização Mundial da Saúde (OMS) e epidemiologistas mundo afora repetem que não se combate a Covid-19 sem testagem e rastreamento de contatos. O Sistema Único de Saúde (SUS) faz isso há décadas com outras doenças contagiosas. Em novembro de 2019, por exemplo, um caso de sarampo foi diagnosticado num evento fechado em Florianópolis onde estavam milhares de pessoas. A Vigilância Epidemiológica alertou todos os participantes para que buscassem atendimento. Centenas foram vacinadas.
No atual protocolo da educação decretado pelo Estado, as únicas medidas de reação ao surgimento de casos positivos são o isolamento do doente e a limpeza da sala de aula. Os serviços locais de vigilância em saúde é que devem avaliar a necessidade de quarentena ou testagem dos demais alunos e professores. Dado que crianças e adolescentes raramente apresentam sintomas da Covid-19, a probabilidade de surtos escolares é enorme. Por isso a importância do caminho adotado por Blumenau.
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A partir dessa constatação, a questão que surge é: por que governo e prefeituras de Santa Catarina não adotam a mesma política de testagem para qualquer ambiente fechado onde esteve um paciente infectado? Escritórios, fábricas, cozinhas de restaurantes, lojas, clínicas… Residências! O vírus espalha-se da mesma forma em qualquer lugar pouco ventilado. Como disse a OMS quase um ano atrás: “Testagem, testagem, testagem”.
Na prática, em Santa Catarina, quem tem assumido para si a responsabilidade de investigar contatos de doentes são os empregadores — aqueles prevenidos —, que recorrem a laboratórios privados para testar trabalhadores e separar doentes de saudáveis. Nos raros casos em que o poder público liderou a tarefa, lançou mão de testes sorológicos, mais em conta, mas que não servem para diagnóstico de Covid-19.
Investir em testes é muito mais barato do que, às pressas, instalar unidades de terapia intensiva ou enfrentar situações de colapso, como em Chapecó. Sempre foi.
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