Tragédias com dezenas de mortos em deslizamentos de terra podem ser evitadas em Santa Catarina e no Brasil. Basta que as autoridades sejam duras na fiscalização de ocupações irregulares e responsáveis na oferta de moradia a populações vulneráveis.
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A conclusão é da jornalista catarinense Sônia Bridi, repórter especial do Fantástico, na TV Globo. Ela participou de uma live, terça-feira (13), promovida pelo Santa e pelo NSC Total para marcar os 30 anos da enxurrada no Garcia, em Blumenau. Sônia é autora de um livro sobre mudanças climáticas, cobriu a Eco 92, a Rio+20 e a Conferência do Clima de Paris.
— Corrupção, negligência ou omissão. Sem um desses ingredientes, ou os três juntos, você não tem uma tragédia — disse ela, que permaneceu por uma semana em Blumenau, em outubro de 1990, cobrindo o desastre que matou 21 pessoas.
Ao longo da live, Sônia relembrou a tristeza que presenciou e a falta de cuidado com as vidas de quem não tinha condições de garantir a própria segurança. Um cenário conhecido de quem acompanha a prevenção a desastres em Blumenau.
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— Seria tão mais barato para o poder público fazer loteamentos em lugares seguros, financiar esses lotes e botar a infraestrutura, do que depois consertar as tragédias! — comparou.
Num dos momentos mais interessantes da conversa, ao rever o documentário que produziu sobre o episódio (Trabalho de Conclusão de Curso da graduação em Jornalismo na UFSC, em 1990), Sônia recordou uma entrevista com o ecologista blumenauense Lauro Bacca, que já na época alertava: “Não é questão de prever, é fácil de verificar que pode acontecer ainda pior do que já aconteceu”.
— Por que ninguém ouve o Lauro? — questionou.
Em 2008, chuvas torrenciais transformaram todo o Vale do Itajaí em um imenso Garcia enlameado. Naquela catástrofe, 24 pessoas morreram somente em Blumenau.
Será que algum dia daremos a devida atenção às Sônias e aos Lauros que há décadas fazem os mesmos alertas e propõem as mesmas soluções?
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