Assusta o panorama de abandono da barragem Norte, em José Boiteux, a mais importante estrutura de contenção de cheias do Vale do Itajaí. Mato alto, ferrugem, sujeira e instrumentos quebrados transmitem insegurança a uma região onde enchentes ocorrem, em média, a cada dois anos e meio. Desde 2019 governo do Estado vem anunciando investimentos no local, mas o resultado ainda é imperceptível.
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Inaugurada em 1992, a barragem convive com a falta de manutenção, agravada por depredações ocorridas durante protestos da comunidade xokleng vizinha. Quando as comportas da barragem são fechadas para evitar que o Itajaí-Açu suba na região de Blumenau, a água retida sobe a ponto de alagar casas na terra indígena, conflito nunca resolvido pelas autoridades. Desde 2014, a operação das comportas depende de bombas hidráulicas externas.
Com R$ 21 milhões disponibilizados pela União, o governo do Estado iniciou processos para recuperar a barragem deteriorada. A primeira providência foi contratar a construção de um canal extravasor, parte incompleta da estrutura, ao custo de R$ 6,3 milhões. O contrato com a empresa foi assinado em maio de 2021, mas até agora nada de obra.
Em setembro de 2020, o governo também anunciou estudos de impacto ambiental e social da barragem, uma antiga reivindicação dos índios. O projeto para recuperar os equipamentos de operação foi contratado em dezembro do mesmo ano.
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A Barragem Norte, no Rio Hercílio, tem capacidade para armazenar 357 milhões de metros cúbicos de água. Ela protege cerca de 15 municípios vale abaixo e é a maior obra do tipo no Estado.
Ituporanga
Além dela, o Vale conta com as barragens de Taió e Ituporanga. Esta última, recentemente ampliada pelo governo, precisará passar por uma reforma emergencial para consertar um problema na vedação de duas das cinco comportas. Durante a melhoria, a barragem ficará inoperante.
Para Blumenau e região, as barragens são essenciais. Elas precisam voltar a funcionar 100% com urgência.
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