O governo de Santa Catarina avalia a compra de super-refrigeradores para dar conta de armazenar a vacina contra a Covid-19 a ser fornecida pela farmacêutica Pfizer ao Ministério da Saúde. Opção mais avançada na corrida internacional por um imunizante, ela é também a que demanda o maior investimento em logística, porque o produto tem de ser acondicionado a 70 graus negativos. Hoje, o Estado não possui equipamentos com essa capacidade.
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O assunto foi discutido nesta semana por um grupo técnico que inclui servidores estaduais envolvidos no plano de imunização e representantes dos municípios. A Secretaria de Estado da Saúde possui 17 centrais regionais com locais de armazenamento de vacinas e insumos. São polos de distribuição que já funcionam em Florianópolis, Blumenau, Joinville, Itajaí, Chapecó, Criciúma, Mafra, Tubarão, Rio do Sul, Videira, Lages, Jaraguá do Sul, Araranguá, Joaçaba, São Miguel do Oeste, Xanxerê e Concórdia. Os super-refrigeradores seriam direcionados para esses locais.
Conforme o Plano Estadual de Vacinação, divulgado semana passada, as doses chegarão via Ministério da Saúde, serão recebidas em uma central estadual, depois distribuídas para as 17 centrais, e de lá para os municípios e locais de vacinação. No caso da vacina da Pfizer, as doses teriam de permanecer nas centrais regionais por mais tempo, nos refrigeradores especiais. Entre a saída do frio intenso e a aplicação num paciente, é possível acondicionar as doses a uma temperatura entre 2 e 8 graus negativos, estrutura que as unidades de saúde dos municípios já possuem.
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Procurada pela coluna, a Secretaria de Estado da Saúde informou que as questões de logística da vacinação estão sendo debatidas pelo Centro de Operações de Emergência em Saúde (Coes). O órgão não forneceu detalhes sobre o plano de aquisição dos super-refrigeradores, como prazos e valores a serem investidos, mas sinalizou que deve divulgar novidades sobre o tema na próxima semana.
Segurança
O grupo técnico também vem debatendo medidas de segurança para evitar que veículos de transporte e locais de armazenamento das vacinas sejam violados. Como em outros países, deve haver escoltas para as cargas de imunizantes que percorrerem o Estado.
Além disso, quando começar a vacinação, o governo estadual deve promover uma campanha para incentivar os catarinenses a se vacinarem. Informações falsas e o comportamento do presidente Jair Bolsonaro, que vem desestimulando a população a imunizar-se, disseminam receio e até repulsa de parte da população às vacinas.
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Plano de vacinação
O governo de SC trabalha com a estimativa inicial de vacinar cerca de 2,8 milhões de pessoas contra o coronavírus em 2021, o que representa 38,6% da população do Estado. Nesse percentuai estão trabalhadores da saúde, indígenas, idosos acima de 75 anos, idosos com mais de 60 anos que moram em instituições de longa permanência, pessoas com comorbidades, professores, forças de segurança e funcionários do sistema prisional.
Os prazos de execução do plano ainda dependem da autorização das vacinas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e da distribuição das doses pelo Ministério da Saúde.
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