Os rios da bacia do Itajaí-Açu, na região de Blumenau, receberão 37 novas estações telemétricas para monitorar e prevenir enchentes. A Defesa Civil de Santa Catarina publicou edital de licitação que vai escolher a fornecedora dos equipamentos para 33 cidades. Além de instalar os dispositivos, a empresa assumirá a manutenção deles por 12 meses — novidade que resolve uma das principais fragilidades do sistema.
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No ano passado, estações defeituosas atrapalharam as previsões sobre cheias e expuseram divergências entre Furb, Estado e prefeitura. A contratação anunciada agora põe fim a ao menos uma parte do conflito. O pregão eletrônico está marcado para o dia 15 de março.
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As novas estações serão adquiridas com dinheiro do Fundo Estadual de Defesa Civil. São 25 sensores para medir o nível de rios, 10 estações meteorológicas e dois pluviômetros. Os aparelhos serão distribuídos em pontos onde não existe medição ou onde os equipamentos atuais já não servem — porque a vida útil expirou ou porque não atendem aos requisitos necessários (veja o mapa abaixo).
O edital estabelece prazos para a empresa resolver problemas nos sensores. Uma estação que interrompa totalmente a transmissão de dados terá de ser consertada em 48 horas, por exemplo. Este é o problema mais recorrente do sistema de monitoramento, que fica às cegas em caso de pane.
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Em janeiro de 2021, quando o Médio Vale do Itajaí passou por uma ameaça de enchente, 16 das estações de monitoramento instaladas em 2009 não funcionavam. Sem elas, as projeções feitas pelo Ceops tornam-se “grosseiras”, segundo avaliou à época o hidrólogo Ademar Cordeiro.
Resolvido o problema da manutenção, permanece a dúvida sobre quem interpretará os dados para fazer projeções sobre os níveis dos rios. Essa informação é essencial para que as áreas suscetíveis sejam desocupadas antes da água invadir imóveis. Desde os anos 1990, são os professores da Furb ligados ao Ceops que executam a tarefa no Vale do Itajaí — hoje, em alguns casos, de maneira voluntária.
No ano passado, após um conflito público entre Ceops e Defesa Civil do Estado, surgiu a proposta de transferir a responsabilidade pelo monitoramento ao Alertablu, mantido pela prefeitura. A Furb permaneceria atuando como um braço científico do sistema e prestando consultoria. Segundo a universidade, uma proposta foi entregue ao município e está sob análise. A coluna procurou a Defesa Civil do município, mas ainda não obteve resposta sobre o andamento da análise.
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