O restauro da Igreja do Espírito Santo, a histórica paróquia luterana do Centro de Blumenau, teve um episódio curioso nesta quinta-feira (31). Foi reaberta uma urna, espécie de cápsula do tempo, que estava na parede, entre a sacristia e o altar, desde 1977. Os documentos e objetos encontrados revelam curiosidades e coincidências, mas também despertam um mistério sobre onde foi parar uma urna ainda mais antiga.
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Construído em 1877, o templo é o mais antigo de Blumenau. Os luteranos da época depositaram numa garrafa documentos que queriam levar à posteridade. Cinquenta anos depois, em 1927, quando a paróquia foi reformada pela primeira vez, o material foi encontrado dentro de uma parede da entrada. Começava então uma tradição. Novos objetos foram adicionados para que, mais adiante, passado e presente se reencontrassem.
Mas aí começa o mistério. Em 1977, quando a igreja passou por outra obra, a tal urna não foi mais encontrada, nem os documentos do século 19. Historiadores têm auxiliado a paróquia luterana na busca por pistas. Mas até agora nada.
Vinho e Santa
Apesar da busca infrutífera, em 1977, os luteranos da época resolveram manter a tradição e depositaram outra urna — a que foi encontrada nesta semana. Na cápsula do tempo havia uma garrafa de vinho assinada pela diretoria da paróquia, documentos e uma edição do Jornal de Santa Catarina. Na capa, a manchete noticiava a previsão de inflação de 2% ao mês. E a proposta de congelar o preço da gasolina. Tristes coincidências com a atualidade.
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Segundo o pastor Milton Jandrey, o restauro da igreja está dentro do cronograma. A cobertura e o forro estão na fase final e agora os trabalhos passam à torre. Parte elétrica, mobiliário e iluminação também estão sendo revisados. O antigo órgão deve começar a ser remontado em agosto. A previsão é concluir tudo até novembro, o que permitiria aos luteranos do Centro celebrar o Natal no velho templo.
A restauração, executada com recursos da Lei Federal de Incentivo à Cultura, captou R$ 4,3 milhões. Mas o custo total deve superar os R$ 5 milhões. Um pedido de suplementação já foi apresentado ao governo.
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