Ambientalistas, universidades e órgãos públicos da região de Blumenau voltaram a conviver com um jogo de empurra sobre quem deve recolher animais silvestres feridos ou mortos. A Polícia Ambiental deixou de prestar o serviço no início do ano e passou a bola para o Instituto do Meio Ambiente (IMA), que não tem estrutura na cidade para assumir a tarefa. Os resgates agora dependem de Florianópolis.

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Pesquisadores e protetores da fauna estão preocupados com a situação. Na semana passada, um gato-maracajá atropelado na SC-108, na Vila Itoupava, ficou o dia inteiro à espera de quem o recolhesse. Ao cair da noite, sem outra alternativa, pesquisadores da Furb buscaram a carcaça do bicho para uso acadêmico. Na segunda (18), uma capivara atropelada na Rua das Missões permaneceu na via pública, sem que ninguém encontrasse órgão público disponível a prestar auxílio.

Até dezembro, Furb, PM Ambiental e prefeitura tinham um convênio para resolver os casos. Se o animal estivesse ferido, era levado até a universidade pela PM e, de lá, para o Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas) na Capital. No caso de animais mortos, a situação era avaliada caso a caso. PM ou Secretaria de Manutenção Urbana providenciavam a retirada e destinação adequada.

O tenente Róbson Savitraz, da PM Ambiental em Blumenau, afirma que a corporação mudou de postura por ordem do comando, em razão de cobranças do Ministério Público.

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— A PM estava fazendo, mas não conseguia cumprir 100% da legislação. Você tem que ter condições de levar o animal ao médico veterinário, armazenar e transportar de forma adequada — avalia.

Contato do IMA

Como a responsabilidade legal pelo serviço é do IMA, a PM entendeu que o instituto deve providenciar a estrutura exigida pelo MP. Agora, se um animal silvestre ferido aparecer, a população deve enviar mensagem de WhatsApp ao IMA em Florianópolis, no número (48) 98808-3372. Mas tem um porém: o instituto só responde as mensagens das 13h às 17h.

Conforme o coordenador de resgate do Cetas, Edson Guimarães, o IMA tem apenas três viaturas disponíveis para atender toda Santa Catarina. Todas ficam na Capital. Fora da Grande Florianópolis, o atendimento é agendado, geralmente para um dia posterior — exceto se o caso é considerado urgente. Guimarães também afirma que universidades com curso de Medicina Veterinária, caso da Furb, funcionam como pontos de apoio quando necessário.

Se o animal silvestre morre, o IMA orienta que o próprio serviço de limpeza e manutenção municipal retire a carcaça e dê a destinação correta.

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Comentário

Uma região circundada por Floresta Atlântica, inclusive por um Parque Nacional, precisa de estrutura para resgatar bichos em risco, ou oferecendo risco à população, com maior agilidade. O serviço piorou.

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