A decisão que suspendeu a operação de volta às aulas na rede municipal, exceto para a Educação de Jovens e Adultos (EJA), serve para reconectar Blumenau com a realidade da pandemia, em franca ascensão. Mas também poupa os gestores da crise (e a população) de constrangimentos em série.

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> Blumenau recua de plano de volta às aulas por conta do aumento dos casos de coronavírus

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A autorização do Estado para receber estudantes nas salas de aula depende da manutenção do Médio Vale do Itajaí no status amarelo (risco alto) no mapa da pandemia. Caso a atual disparada no número de casos eleve a classificação para laranja (risco grave), tudo volta à estaca zero.

Nesta quinta-feira (22), a atualização do mapa manteve a região no amarelo. Porém, a aparente estabilidade oculta uma piora na nota do Médio Vale na matriz de risco, de 1,85 para 2,0. Um décimo a mais no resultado já representará o retorno ao estágio laranja. É provável que isso ocorra na próxima semana.

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Sendo este o caso, a volta às aulas presenciais, que estava programada para segunda-feira (26), terminaria suspensa na marra três dias mais tarde.

Basta observar os números e a tendência do gráfico. A média móvel diária de novos casos quase triplicou em menos de um mês. Somente na quarta-feira (21) foram diagnosticados 141 novos casos. O número de pacientes em UTIs de Blumenau voltou a subir (para 13).

Comunidade escolar

Outro dissabor previsível estava agendado para esta quinta, quando o Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal (Sintraseb) faria assembleia para decidir sobre uma “greve sanitária”. Professores e servidores consideravam que as condições necessárias para a volta não estavam garantidas. O recuo do município levou o sindicato a suspender o movimento.

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Sem o apoio dos professores e com 75% dos pais temerosos de enviar os filhos às escolas, a Secretaria de Educação teria o desafio de implantar protocolos com baixo envolvimento da comunidade escolar.

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Permanecem autorizadas a retomar as atividades as escolas estaduais e particulares, sempre nos anos finais de cada etapa do ensino, além de universidades — a Furb mantém a previsão de volta para o dia 3. Até semana que vem, pelo menos.

Incerteza na Capital

Toda a reflexão acima leva em conta a hipótese de que o governo estadual não modificará mais uma vez a matriz de risco nos próximos dias. Considerando a chance real de afastamento de Carlos Moisés (PSL) nesta sexta-feira (23), não é de se duvidar.