O preço da bandeirada dos táxis de Blumenau está 25% mais caro. O decreto publicado nesta quarta-feira (23) confirma um movimento, antecipado pela coluna, que começou no ano passado. Primeiro aumento em seis anos, é sintoma de uma nova fase na disputa entre táxis e aplicativos na cidade.

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Pela nova tabela, o quilômetro em bandeira 1 sobe de R$ 3,10 para R$ 3,70 e o quilômetro em bandeira 2, de R$ 3,70 para R$ 4,63. Diferente dos reajustes do passado, o quilômetro rodado descolou do valor da bandeirada — tarifa fixa cobrada na saída do carro —, que permanece congelado em R$ 5,35. Também não subiram o quilômetro rodado fora da cidade (R$ 1,85) e a hora parada (R$ 27,30).

Para consolidar esse reajuste parcial, foi preciso alterar uma lei na Câmara de Vereadores e avançar numa complicada negociação entre os próprios taxistas e com a Secretaria de Trânsito e Transportes, que regula o setor. 

A decisão é sensível porque, após seis anos de sofrimento na luta fratricida com aplicativos como Uber e 99, o táxi começou a sentir que voltou ao jogo. Em parte pelo longo congelamento de preços, mas também porque há uma reacomodação no mercado de motoristas privados.

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Em grupos de profissionais nas redes sociais, são comuns reclamações sobre renda baixa e trabalho excessivo. Quem, de início, dedicava 100% da jornada a transportar passageiros, agora divide com entregas de mercadorias nas plataformas de comércio eletrônico ou tem a atividade de motorista como secundária, para momentos ociosos da profissão principal.

Taxistas têm recebido passageiros irritados com cancelamentos de corridas e dificuldade para encontrar carros disponíveis nos aplicativos. Foi-se o tempo da oferta alta e encantamento com veículos limpos, balinhas e afins. Por isso subir o preço agora era questão controversa. Tanto que, embora a defasagem calculada pela Seterb seja de 29%, representantes da categoria reivindicaram 25%, e só sobre o quilômetro rodado.

A saber como o mercado vai se reacomodar a partir do aumento decretado. Pelo andar da corrida, o transporte individual parece estar deixando de ser opção viável aos passageiros que abandonaram os ônibus durante a pandemia.

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